Jardel França - por Eduardo Garcia

Jardel França - por Eduardo Garcia

JARDEL FRANÇA

 

Jardel França nasceu em 08 de agosto de 1973 na cidade de Paulista, PE, é poeta, contista e romancista, membro da ALAP (Academia de Letras e Artes do Paulista PE), do Núcleo da cidade de Paulista em Pernambuco da UBE (União Brasileira de Escritores), do Café Literário de Abreu e Lima na cidade do mesmo nome, e da SPVO (Sociedade dos Poetas Vivos de Olinda). Obras: “Danton, o místico” e “Elkon, das sombras à luz”. Trabalha agora em um livro de Contos a ser lançado no final do ano. Participou das antologias VIII e X da Sociedade dos Poetas Vivos de Olinda. Participações na Fliporto, Feira internacional do Livro de Paulista e da Feira do Livro da Praça do Arsenal do Recife. Em breve na Antologia do Café Literário de Abreu e Lima.

 

ELOS DE DOR – AMOR        Por Jardel França

Eram seis horas da noite no alto de uma verdejante colina. No céu, um cortejo de estrelas brilhavam e luziam ao som da música inefável das esferas. Ao longe, um grande clarão chamou a atenção de animais da terra e de aves aladas. E ali, sobre a rocha e oculta entre arbustos, uma coruja velha se põe a observar o quadro espetacular que se desenhava a sua volta. Com surpresa, a coruja viu descer majestosamente uma grande pomba branca. Esta descia lentamente até pousar em um tronco velho de antiga árvore que morrera. Curiosa, a velha coruja viu cair nitidamente dos olhos da recém chegada, sete lágrimas que refletiram a luz das estrelas e resolveu se aproximar: _ Boa noite senhorita pomba, o que a trás aqui por estas bandas a esta hora, quando quase tudo se recolhe para dormir e sonhar? _ Boa noite senhora coruja, o que me trás aqui é o silêncio da noite selvagem. Como quase tudo dorme, eu resolvi ficar acordada para refletir um pouco na ausência do ruído e da crueldade humana. _ Ah! Entendo. Eu não pude deixar de observar que além de sua presença, você também trouxe sete lágrimas de dor? _ Sim, meu coração está triste. _ E o que se passa senhorita, eu posso ajudá-la? _ Não; acho que ninguém o pode porque é um pranto de desabafo incontido. Foram sete lágrimas que expressaram a seu modo um brado de paz, em um mundo onde a violência vence, a cada dia mais um capítulo e onde a mensagem de amor se mescla com a hipocrisia humana. Ai do mundo onde o respeito virou utopia e o direito ilegal de matar, uma moda. _ E por isso a senhorita se abate? _ não faça isso. Não há o que fazer quanto a isso. Os homens são tão mesquinhos e egoístas que para eles, tudo é normal debaixo dessas estrelas cintilantes. A bela pomba branca abaixa a cabeça. _ A senhora contou sete lágrimas que desceram de meus olhos? _ Sim e gostaria de saber a causa de cada uma delas. A pomba ergueu a cabeça, respirou fundo e começou: “_ A primeira lágrima, foi porque vi alguns delinquentes atear fogo a um ser que dormia indefeso em uma praça”. “_ A segunda lágrima, foi porque vi uma mãe tirando a vida de seu próprio filho ainda em gestação”. “_ A terceira lágrima, foi porque vi um pai molestando sua própria filhinha inocente”. “_ A quarta lágrima, foi porque vi um homem comento lixo na companhia de urubus que estavam a cata de carniças”. “_ A quinta lágrima, foi porque vi jovens se iludindo no caminho das drogas”. “_ A sexta lágrima, foi porque vi um governante embolsar uma grande soma em dinheiro, que estava destinado a ampliar escolas e hospitais para o povo sofrido”. “_ E a sétima lágrima é porque vejo diariamente, homens e mulheres como sonâmbulos e débeis, olhando para todos os lados, menos para a grandeza que levam dentro de si mesmos”. A coruja, após aquele relato, olha nos olhos daquela pomba branca e derrama também uma lágrima. _ E esta lágrima senhora coruja, qual o motivo? _ É de emoção, porque pensei que ninguém se importava com isso e que eu era a única a perceber a ausência de paz neste planeta. Agora vejo que não estou só. Muito obrigado senhorita pomba, agora vou partir em busca de outras aves que também pensam como nós. Unamos em volta de um ideal nossas forças, para que um dia o sonho se torne realidade. Enquanto a coruja partia, aquela pomba se deixou ali ficar, contemplando as estrelas.

 

Grande talento Jardel França, romancista de mão cheia, belos textos e contos, e se completa com as suas poesias sublimes.           

Em Danton: O místico - A história de um homem que ao longo de sua existência e após muitos embates consigo mesmo alcançou a sabedoria num ato de fé e amor, resolve compartilhar seu conhecimento com seus semelhantes e assim os ajuda a encontrar o caminho para Deus.
Dentro de um aconchegante cenário, Danton mostra a luz através de uma vivência simples e prática, sem cadeias psíquicas ou ideologias enfermas. Um livro fascinante que te ajudará a despertar para a verdadeira realidade.                                                       

Soma com o seu trabalho e a sua presença nos é muito grata tanto na Academia de Letras e Artes de Paulista em PE, como no núcleo da UBE e a Sociedade dos Poetas Vivos de Olinda.

 

Pesquisa e Comentários   

 Luis Eduardo Garcia Aguiar   

 Poeta - Escritor - Colunista - Pesquisador - Palestrante - Diretor da UBE PE

 

 

 

 

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