Jefferson Lima - Entrevistado

Jefferson Lima - Entrevistado

Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Jefferson S. Lima, nascido em João Monlevade (MG), no Dia do Folclore, em 1976, teve por ambiente de suas primeiras leituras as bibliotecas públicas e as montanhas ricas em minério da sua região, onde também ambientou seus primeiros versos, já no final da adolescência.

Hoje, vive em Santa Luzia, no mesmo estado, e integra a ALUZ – Academia Luziense de Letras e Artes, ocupando a cadeira de número 20.

Casado, pai da Yasmin Louise, tem nas artes a complementação de sentidos à sua vida. Na poesia, participou de várias coletâneas, antes de ter seu primeiro livro solo publicado. Também se expressa por meio da música e das artes plásticas.

Em 2015, foi finalista do 2º Prêmio Sesi de Literatura, promovido pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais – FIEMG.

 

“É claro que também existe emoção nos textos narrativos, mas a poesia se propõe a tocar o ser; sem rodeios, sem ficcionar uma história, ela vai direto ao destino: a alma humana.”

 

Boa Leitura!

 

Escritor Jefferson Lima, é um prazer contarmos com a sua participação na Revista Divulga Escritor. Conte-nos, o que o motivou a ter gosto pela arte poética?

Jefferson Lima - Desde criança fui um leitor voraz e ávido por novidades. Dentre os pouquíssimos livros que havia na minha casa, eu tinha um carinho especial pelo livro O Menino Azul, de Cecília Meireles. Este primeiro contato com a poesia deixou ali a semente para que, alguns anos mais tarde, eu viesse a me interessar pela arte de Drummond e Adélia Prado. Nas aulas de literatura fiquei embriagado pela melancolia dos versos de Álvares de Azevedo e não me contive, descobri que por meio da poesia era possível não apenas transmitir o que sentia, mas também despertar algo adormecido na alma daquele que lê o que escrevo.

 

O que mais o encanta nos textos poéticos?

Jefferson Lima - Essa força que a poesia tem para emocionar, provocar, levar às lágrimas por meio de um texto escrito ou declamado. É claro que também existe emoção nos textos narrativos, mas a poesia se propõe a tocar o ser; sem rodeios, sem ficcionar uma história, ela vai direto ao destino: a alma humana. Até quando busca refletir, conscientizar ou criticar um fato, o poema traz o bálsamo da esperança em dias melhores.

 

Quais critérios foram utilizados para a seleção de textos para o seu livro “Se for poesia...”?

Jefferson Lima - Foi uma seleção difícil, porque, sendo meu primeiro livro solo, meu desejo era buscar em tudo o que escrevi ao longo de vinte e quatro anos algo que fizesse sentido num único livro. A seleção, então, passou a buscar por textos que, de alguma forma, mais me tocaram nesse período, seja pelo momento pessoal que estava vivendo ou por uma percepção que eu tinha na época em que escrevi e que ainda vejo como atual.

 

Como se deu a escolha do título?

Jefferson Lima - Queria um título que trouxesse algum enigma que levasse o leitor a refletir, a interrogar. Ao mesmo tempo, um olhar otimista sobre as desilusões de cada dia – talvez não seja como eu gostaria, mas se puder ser poesia... Nota-se um cordão unindo num ponto comum qualquer dos temas explorados nesta obra, que é uma quase fixação na passagem do tempo e a finitude da existência. Daí a escolha da capa. Até a finitude e o escorrer da vida na ampulheta do tempo pode ser poesia!

 

Quais temáticas estão sendo abordadas nesta obra literária?

Jefferson Lima - Amor, saudade e fé. Muitas indagações sobre os muitos “porquês” que a vida nos apresenta, alguma crítica e, sobretudo, celebração por existir.

 

Apresente-nos um dos textos publicados em “Se for poesia...”

 

Minhas Questões

 

Para onde foram os dias que já vivi?

Onde foi parar o som das minhas gargalhadas?

Em qual temporal choveram minhas lágrimas evaporadas?         

Em qual coração estará o amor que já não é?

 

De onde vem a saudade?

Onde estão as pessoas que amei?

É possível haver alguém que nunca sentiu esse vazio?

 

As boas lembranças apaziguam as dores de outros momentos?

Por que é impossível reviver algo com a mesma intensidade?

 

Onde você está? O que fizemos de nós?

Os rumos da vida justificam as ausências?

Por que as despedidas?

 

Num abraço apertado somos sinceros?

Guardamos o silêncio necessário diante da dor?

 

Onde estão os dias?

Em qual temporal chorei?

Por que há despedidas?

 

Há silêncio ante a dor?

Para as incertezas há respostas?

 

Onde podemos comprar o seu livro?

Jefferson Lima – “Se For Poesia...” pode ser adquirido diretamente comigo, seja por mensagem inbox ou pelo e-mail rabiscoepoesia@yahoo.com, como também pelo site da Editora Delicatta, www.editoradelicatta.com.br.

 

Quais os seus principais objetivos como escritor?

Jefferson Lima - Após a publicação do primeiro trabalho, que está tendo uma ótima repercussão, nasce uma esperança e um alento sobre a possibilidade de ainda se fazer boa literatura no Brasil, apesar dos incentivos escassos. Quero, junto à comunidade onde vivo, divulgar meu trabalho nas escolas e bibliotecas. É preciso fazer a diferença na vida dos pequenos leitores, incentivando e plantando a semente nesses corações. Apesar de tudo, podemos acreditar que dias melhores virão. Se for poesia...

 

Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor o escritor Jefferson Lima. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores?

Jefferson Lima - Agradeço a oportunidade e quero parabenizá-los pela iniciativa desse espaço tão importante. Aos amigos, digo que é urgente construir uma rede de bons leitores, plantar a sementinha da literatura em nossas crianças, para que formem uma consciência crítica e lúcida do mundo que as cerca. Se a estrada for bem iluminada ninguém ficará perdido.

 

 

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