Por Shirley M. Cavalcante (SMC)
João Bettencourt é o pseudónimo de Mário José Matos de Sousa. Nasceu em 20 de Março de 1970 na bela cidade de Viana do Castelo. Com cerca de um ano foi com seus pais para a ex-colónia portuguesa de Moçambique, voltando a Portugal cerca de cinco anos mais tarde, logo, após o 25 de Abril de 1974. Hoje, vive na freguesia cheia de tradição de Santa Marta de Portuzelo - Viana do Castelo, com sua mulher e dois filhos. A nível formativo iniciou o seu percurso escolar com grande dificuldade de adaptação, chegando a terminar o Curso Completar de Electrotécnia, numa fase de trabalhador/estudante no ensino nocturno. Apesar de ter tido outras formações, sua escola mais preciosa foi a vida. E é dessa Vida feita de humilhações, tropeços, perdas, desamores mas, também, de afectos, alegrias e amores que retira inspiração para as suas obras.
“Junta cada pena em teu caminho, permite-te conhecer a mensagem de cada uma, para construires as asas que te farão voar na leveza do encontro com teu propósito e missão…”
Boa Leitura!
Escritor João Bettencourt é um prazer contarmos com a sua participação na Revista Divulga Escritor, uma das nossas primeiras curiosidades é como foi a escolha do seu pseudônimo “João Bettencourt”?
João Bettencourt - O prazer é todo meu, é uma honra e um privilégio ser entrevistado pela Revista Divulga Escritor de tanto prestígio e é com profunda gratidão que me dirijo a vós pelo muito que fazem em prol da cultura literaria.
Respondendo à sua pergunta, no início, tive o desejo de manter o anonimato sobre quem era o autor da obra. Mais do que a pessoa que está por detrás daquilo que foi escrito, interessava-me que fossem as palavras a tocar o leitor. Quando escolhi o nome e como acredito que nada acontece por acaso, tive o cuidado de homenagear todos aqueles que foram importantes no meu caminho, então criei um nome completo João José de Oliveira Bettencourt. Bettencourt escolhi em homenagem ao Dr. Eduardo Bettencourt que foi um mestre que revolucionou minha vida, inclusive, esteve na minha ligação com a escrita. Depois, escolhi Oliveira que é o nome da família de minha esposa Cristiana, que é a mulher da minha vida e da sua família que tem sido um berço de apoio e proteção na vida. O José, que faz parte do meu nome real, como homenagem ao meu pai, minha mãe, irmã e toda a família, sem eles nada seria! E o João, que foi o nome que me surgiu quando fechei os olhos e pedi a Deus que ele me fosse dado, numa forma de agradecer à espiritualidade tudo na minha jornada terrena. Engraçado é que vi, mais tarde, que era um nome com vibração numerologica de escritor. Coincidências? Nada acontece por acaso!
O que o motivou a ter gosto pela escrita literária?
João Bettencourt - Tendo sido um jovem um pouco inadaptado a este mundo denso, meu gosto pela escrita literária surgiu tarde, próximo dos trinta anos. Numa primeira fase, foi o Dr. Bettencourt que me instigou à leitura de livros superinteressantes sobre os segredos da vida, romances filosóficos e espirituais (devorava-os com prazer). A segunda fase que é a da escrita, devo-a a Deus e à minha mulher. Completamente apaixonado quis oferecer a ela um bouquet de flores e nele coloquei um cartão com uma imagem bela e a palavra amo-te (impressa). Com uma sinceridade que adoro nela, ela teve a coragem de dizer «Só isto impresso sem nada que seja teu, uma palavra…um gesto sei lá!». Fiquei triste e ruborizado, dizendo-lhe que não tinha jeito para a escrita mas aquela palavra Amo-te, siginificava muito para mim e que por mais palavras que eu colocasse elas não a iriam definir…mas, disse-lhe que iria escrever para ela. A partir daí, entreguei-me e deixei que meu coração falasse sobre a forma escrita, enchia de SMS, cartões e mensagens de amor e não parei. Anos mais tarde, apercebi-me que para além de a amar, a escrita era também, uma paixão que nascera graças ao citilante véu luminoso do amor verdadeiro que acabaria por revelar minha essência.
Em que momento pensou em escrever o romance "PEGASUS - O Cofre da Sensibilidade"?
João Bettencourt - Por volta dos quarenta anos, fiz as primeiras tentativas. É como se estivessemos a aprender a conduzir, com muito cuidado para que nada falhe (receios e exigências) mas depois olhava para o resultado final e via que a escrita não era fluída. Portanto, foi necessário “andar com o carro” para perder o medo e chegar a um destino que já existia, em mim, sendo que, precisei de descobrir a estrada misteriosa para lá chegar. Depois, de uns manuscritos incompletos, uma obra arrumada na gaveta, fez-se luz e comecei a criar o romance/diário que é o “PEGASUS – O Cofre da Sensibilidade”.
Como foi a escolha do título para esta obra?
João Bettencourt - Ela veio em forma de sonho, literalmente!... Tinha uma ideia de que o livro iria ser um diário, onde o personagem iria explorar os desafios da sua existência, no dia-a-dia. Sabia que o personagem iria falar com seu diário como se fosse uma entidade viva mas não sabia que título lhe dar. Adormeci com a vontade de encontrar um título e tive um sonho, onde um livro aberto gerava umas asas e delas surgia um lindo Pegasus cheio de luz, a partir daí, senti que esse seria o título. Fiz umas investigações sobre os mitos antigos, e descobri que Pegasus nascera dentro da barriga da medusa de sete cabeças depois de morta. Isso revelava a mensagem principal do meu romance, vencer o nosso mal interior para que se revele a luz do bem. Uns dias mais tarde, vendo um corso carnavalesco e já com enredo do livro na minha cabeça, olho em frente e vejo um carro alegórico com um Pegasus enorme, branco…escusado será dizer que deixei cair umas lágrimas…o universo fazia aquilo em que eu acredito, falava comigo!
Quais os principais desafios para escrita do enredo que compõe "PEGASUS - O Cofre da Sensibilidade"
João Bettencourt - Tive muita preocupação em criar um livro que fosse de leitura simples e agradavél. Era importante, que o leitor ficasse agarrado ao enredo e sempre com vontade de saber o que viria a seguir, pois foram este tipo de livros que criaram a minha paixão pela leitura. Ao falar de assuntos sérios tentei usar a vida como pano de fundo, a ironia e o humor. Este é um livro que fala sobre a vida e os desafios diários que todos temos, nossas dificuldades finaceiras, emocionais, do país e a nivel mundial, bem como, sobre a morte, a vida para além da vida, a educação dos filhos… a vida é um tema muito vasto e por isso, foi um grande desafio.
De que forma estes desafios foram superados?
João Bettencourt - Criando um personagem que é um segurança de um edifício municipal que é uma biblioteca/arquivo municipal e que dispõe das longas noites solitárias para escrever um diário onde conta suas histórias e reflete sobre a vida. O facto de ter aproveitado estar próximo de tantos livros e sua leitura, também, permitiu que colocasse no que escrevia conhecimentos que eram fonte daquilo que já lera. Deste modo, cada capítulo é uma história e pode ser lido dessa forma, sendo que todas elas se interligam à vida do personagem. É um livro que pode ser lido no metro, no comboio, no autocarro e em cada capítulo o leitor pode fazer uma reflexão, retirar uma mensagem sendo que, haverá sempre a curiosidade do que poderá vir a seguir.
Como foi a escolha dos textos para compor o seu livro “In_Versus”?
João Bettencourt - Costumo dizer que gerei duas crias e as amo incondicionalmente. Uma é o romance “Pegasus…” e a outra, é o livro de poesias “In_Versus”, cada uma com a sua personalidade, com corpos diferentes (um em formato papel, outro em digital). O “In-Versus” é um livro de mensagens, onde a poesia com suas metáforas nos leva ao nosso mundo interior. Quando o poeta se entrega, para receber inspiração para seus poemas, sabe que a recebe vindo de algo superior. É, esse lado, do mestre interior que todos nós trazemos dentro de nós que exploro nos textos. “In” prefixo de dentro; “Versus” do poema; Universo (Único Verso, no príncipio era o verbo); ou Inversos quando somos confrontados no espelho com o nosso reflexo e incapacidade pessoal.
Quais temáticas estão sendo abordadas através dos textos poéticos apresentados nessa obra.
João Bettencourt - É um livro de sonetos simples, não decassilábicos, que pega num objecto normal para nos colocar perante uma caracteristica emocional e a desnuda no sentido de colocar o leitor numa reflexão e um possível despertar. Todo o livro é um apelo ao despertar do amor incondicional dentro de nós.
Qual a mensagem que você quer transmitir ao leitor através dos textos que compõe a obra?
João Bettencourt - Somente, aquele que se ama por aquilo que é (Ser e não Ter/Querer), pode amar incondicionalmente, porque não irá cobrar nada do que foi dado, nem se sentirá em dívida pelo que foi recebido. Para isso, precisamos de uma viagem profunda ao nosso interior, elevando a nossa consciência através do auto-conhecimento e depois, ação.
Onde podemos comprar os seus livros?
João Bettencourt - O “PEGASUS – O Cofre da Sensibilidade” pode ser adquirido nestes links:
https://joaojobettencourt.wixsite.com/pegasus
https://joaojobettencourt.wixsite.com/pegasus/contact
O “In_Versus” só pode ser lido on-line e é um livro-oferta (gratuito):
https://www.bookess.com/read/28145-in-versus/
e_mail: joao.j.o.bettencourt@sapo.pt
facebook: https://www.facebook.com/pegasus.ocofredasensibilidade/?fref=ts
https://www.facebook.com/joao.bettencourt.9822
Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor o escritor João Bettencourt. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Qual mensagem você deixa para nossos leitores?
João Bettencourt - Junta cada pena em teu caminho, permite-te conhecer a mensagem de cada uma, para construires as asas que te farão voar na leveza do encontro com teu propósito e missão… faz o voo da essência e da felicidade que gera um legado! Sei que são capazes, basta amar e sonhar, vou adorar ver-vos voar!...
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