por Shirley M. Cavalcante (SMC)
Jorge Facury Ferreira começou a escrever aos 16 anos, em 1981, para o jornal Integração, um semanário da cidade de Tatuí, interior de São Paulo. Passou a estudar Ufologia, cujo interesse foi sua porta de entrada para o mundo da literatura. Fez parte do Conselho Editorial da Revista UFO, conceituado periódico dedicado ao estudo do fenômeno. Estudou História e leciona para alunos do ensino fundamental e médio na rede pública. Faz da escrita sua prática de vida donde resultam as obras que vem publicando. É palestrante e tem viajado contando sua história de correspondência com escreventes desconhecidos por longos anos que nunca se identificaram pessoalmente, cartas cujo conteúdo trazem conhecimentos universais e impressionantes, acervo que possivelmente será transformado em livro futuramente.
“Então veio com o tempo a inspiração sobre a história de um lenhador, que tendo deixado sua casa para buscar um remédio para seu filho doente, vê na floresta um brilho numa árvore. Ele entra na mata e encontra num carvalho uma pequena placa de metal fixa.”
Boa Leitura!
Escritor Jorge Facury, é um prazer contarmos com a sua participação na Revista Divulga Escritor. Conte-nos o que diferencia “Assim me contaram” de o “Apito da Memória”, já que ambos são relatos de uma vida?
Jorge Facury - O livro “Assim me Contaram” foi uma experiência. Após conversar com tantas pessoas por força de minha profissão – docente em História na rede pública estadual de ensino do Estado de São Paulo –, percebi que valia a pena reunir algumas histórias em uma coletânea. Essa percepção eu já havia tido muitos anos antes, quando trabalhei num hospital-colônia, asilo de hansenianos, antigamente chamados leprosos. Muitos tinham histórias incríveis para contar e morriam no anonimato. Então, veio a ideia de ouvir pessoas e registrar suas vivências. Foi maravilhoso para mim e para eles, apesar de muitas histórias serem dramáticas. O fato de esse projeto ter sido aprovado pela Secretaria de Cultura da cidade de Sorocaba, o patrocínio da Lei de incentivo à Cultura viabilizou sua completa execução. O “Apito da memória” é uma continuação não direta, mas na forma, do primeiro, com o acréscimo da foto dos narradores.
Seus livros “Assim me contaram” e “Apito da Memória” foram selecionados para um projeto escolar. Comente o projeto e diga como se deu a aplicabilidade do estudo destas duas obras na escola.
Jorge Facury - Na verdade, o projeto eu mesmo implementei na escola onde leciono, o que não impede de ser aplicado em outras unidades escolares. O fato de muitos personagens narradores do livro serem moradores do próprio bairro onde está localizada a escola e onde moram alunos, bem como de bairros próximos, encanta os alunos pela “proximidade”. Eles percebem que personagens não são entidades tão distantes no tempo e no espaço e, então, estabelece-se a percepção de que eles próprios podem ser personagens-narradores. Cria-se uma atmosfera de magia muito própria em torno do livro.
Quais temáticas estão sendo abordadas nos contos que estão sendo apresentados em “Rubião, o velho”?
Jorge Facury – “Rubião” é uma coletânea de textos na linha do acontecimento fantástico, quando situações rotineiras podem ser transformadas em algo imponderável, ou algum personagem alheio à ordem do dia invade a trama. É o conto que se transmuda da metade para o fim, que surpreende o leitor, deixa a dúvida ou o mistério instalado. Nos contos, há influência de um ou outro dado que colhi ao longo da vida e de recordações de sonhos que costumo anotar. Por isso o subtítulo: “Contos de sonho acordado”. Tem forte atmosfera onírica.
Como surgiu inspiração para a escrita da novela mística “Carvalho”?
Jorge Facury - Foi de um sonho em que vi alguém retirando um objeto de uma árvore muito grande. Fiquei com essa imagem na mente, mas faltava o significado. Então veio com o tempo a inspiração sobre a história de um lenhador, que tendo deixado sua casa para buscar um remédio para seu filho doente, vê na floresta um brilho numa árvore. Ele entra na mata e encontra num carvalho uma pequena placa de metal fixa. A plaquinha guarda um orifício com algo em seu interior. Ele força o lacre e retira o objeto. Isso mudará toda a sua vida, para sempre. Costumo dizer que os sonhos são misteriosas ofertas de matéria-prima para histórias.
Apresente-nos a obra
Jorge Facury - Valho-me do texto do professor e sociólogo Sérgio Cardoso, na apresentação da quarta capa:
“Chega à região um forasteiro, Seu Antonio, velho quilombola, prontamente acolhido pelo lenhador Almar. Em pouco tempo, os rumores dos feitos do visitante se propagam pelas fazendas e cidades das redondezas, da mesma forma que a forte luz de um cristal encontrado misteriosamente dentro de um carvalho pelo lenhador. A partir daí, muitos recorrem a eles para entender estranhos acontecimentos que começam a surgir na vida dos moradores locais. Vem gente de longe à casa de Almar em busca de solução a diversas doenças e transtornos. As luzes do cristal e as conversas silenciosas de Antonio com o firmamento dão respostas impressionantes aos que o procuram.”
Qual a mensagem que deseja transmitir ao leitor por meio do enredo que compõe esta obra literária?
Jorge Facury - São muitos toques, o que ocorre de forma muito pessoal, mas num plano geral, a mensagem é que a Natureza tem seus mistérios bem guardados e que, da nossa relação e respeito a ela podemos aprender sobre a vida e o destino de cada um. A Natureza é a grande escola primeva.
O que mais o encanta nas novelas místicas?
Jorge Facury - Pode parecer estranho, mas não li nenhuma novela mística até o presente momento. O “Carvalho” surgiu como um conto que se estendeu, surpreendendo-me ao se tornar uma trama maior com sustentação em uma força superior.
Apresente-nos cinco motivos para ler “Carvalho”:
- Tenho ouvido de leitores que, após iniciarem a leitura, quase não conseguem parar, tendo alguns lido de uma sentada só.
- Muitas das reflexões presentes na história foram costuradas de forma absolutamente inspirada, constituindo ao próprio autor uma grande surpresa e um presente.
- A leitura é simples.
- O enredo faz o leitor se sentir inserido e participante dos acontecimentos, segundo relatos.
- A história tem gosto de vida campestre, rural; remete ao estado bucólico e misterioso das estradas de sítio.
Você tem alguns livros de bolso publicados, apresente-nos os títulos:
OS VIAJANTES – contos fantásticos na linha do Rubião.
OS MESTRES LAMPARINOS – contos encabeçados por uma história de mestres iluminados de outros mundos (literalmente com cabeça em forma de lâmpada);
UM BRILHO NO CÉU DE OUTUBRO – crônicas reunidas a partir de uma experiência de avistamento de OVNI, em 1983.
LAMPEJANDO 1 e 2 – Pensamentos para quem quer (se ) refletir.
OVNI EM SOROCABA – Resgate da história de um avistamento coletivo de OVNIs em janeiro de 1979, na cidade.
CONTOS DE NATAL – temas do fim de ano.
Onde podemos comprar seus livros?
Jorge Facury - Infelizmente encontram-se esgotados, mas alguns exemplares podem ainda ser encontrados na livraria Curitiba, em Sorocaba, Shopping Cidade Sorocaba Endereço: Av. Itavuvu, 3.373 - Jardim Santa Cecília, Sorocaba - SP, 18078-005
Telefone: (15) 3333-0550, e o livro de contos “Rubião, O Velho” pode ser baixado em kindle (e-book) pela Amazon.
Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor o escritor Jorge Facury e suas obras literárias. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores?
Jorge Facury - Agradeço muito a oportunidade deste bate-papo com esta tão conceituada Revista, e minha mensagem é simples: ler e escrever ainda são as ferramentas mágicas que temos à disposição neste mundo tão assolado pelo automatismo e dissipação de energias. Para quem escreve, recomendo cada vez mais recolher-se ao seu universo mágico; e para quem apenas lê, recomendo ter sempre o livro como companheiro, pois ausentar-se pelo pensamento, pelas regiões recônditas das histórias escritas continua sendo a grande aventura íntima e inviolável do ser. Aproveito para convidar todos a lerem “Rimando a Vida”, meu novo trabalho, histórias curtas e leves em forma de rimas. Gratidão.
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