Josué Batista de Souza é pernambucano, nascido em Abreu e Lima no dia 15 de novembro de 1965, cidade da Região metropolitana do Recife. Ele é formado em Letras pela Faculdade de Ciências Humanas de Olinda e em Jornalismo pela Universidade Federal de Pernambuco.
Como escritor e poeta, Josué Batista é autor de dois livros de poemas: "Vozes da Razão", publicado em 2008, pela Editora Nossa Livraria, e "Alaridos do Silêncio", lançado em 2013, pela Editora Babecco. Além disso, ele é membro da Academia de Letras e Arte da Cidade de Paulista-PE (ALAP), na qual ocupa a cadeira de nº 16, de Machado de Assis.
Além de escritor, poeta e jornalista, Josué também é professor de Língua Inglesa da Rede Estadual de Ensino do Estado de Pernambuco e da Rede Municipal de Ensino da Cidade do Recife, nas quais atua há mais de 20 anos.
O escritor Josué Batista já tem mais de 100 poemas publicados, entre eles, “O Trem da Vida”, “A Força da Mulher”, “A Morte do Gato” e “O Filho do Carpinteiro”, que, geralmente, aparecem entre os mais solicitados pelo público em seus recitais.
O Trem da Vida
Lá vem o trem,
Surgindo do nada,
De parada em parada,
Em busca de alguém.
Não é só um trem,
Vindo em disparada,
Na longa estrada
Do mal e do bem.
O trem que lá vem
É bem diferente,
Só transporta gente,
Condutor não tem.
É mais que um trem
Dando partida:
É o trem da vida
Rumo ao além.
E sempre que ele chega
A uma estação,
Há grande comoção.
Ninguém se sossega.
Há, às vezes, riso.
Há choro também.
Uns perdem o siso.
Já outros nem.
E o trem da vida
Nunca está parado,
Vai de lado a lado,
Sempre em despedida.
Todo mundo um dia
Será passageiro
Desse trem ordeiro,
que sozinho se guia.
Então, não te gabes,
Crendo-te livre.
Também não te prives
De nenhum prazer.
Pois o trem da vida
É sempre certeiro.
E, na tua hora,
Tu o hás de ver.
A Força da Mulher
Mulher é um ser curioso,
De difícil tradução.
Mas tanto jovem como idoso
Lhe devem satisfação,
Dando a mão à palmatória
Ou ouvindo seu sermão.
Pois do ventre da mulher
Nasce toda uma nação.
Ser mulher é ser feliz
Na bonança ou solidão.
E seja santa ou meretriz,
Ela merece atenção.
Atente no que ela diz
Para a sua salvação.
Pois do ventre da mulher
Nasce toda uma nação.
Não há país sem mulher.
Não há donzela ou varão.
E acredite, se quiser,
Não há Eva nem Adão.
Então, faça o que fizer,
Ela merece perdão.
Pois do ventre da mulher
Nasce toda uma nação.
Quando ama é de paixão.
Chama ogro de querido.
Beija sapos na ilusão
De encontrar um bom marido.
Mesmo não tendo vestido
Da vida não abre mão.
Pois do ventre da mulher
Nasce toda uma nação.
Luta pelo seu quinhão
Neste mundo pervertido.
E com tal convicção
Defende o filho ofendido.
Não recusa um pedido
Para fazer boa ação.
Pois do ventre da mulher
Nasce toda uma nação.
A mulher é o bastião
Deste mundo em ruína
E tem minha gratidão,
Seja mulher ou menina,
Por lutar contra a sina
Que a expõe à opressão,
Pois do ventre da mulher
Nasce toda uma nação.
A Morte do Gato
Eu vi um gato morrendo,
Eu vi sua agonia.
Mas eu não pude entender
Do que o gato morria.
O gato morria feio,
Seu corpo se retorcia.
Seu gemido macabro
Quase não se ouvia.
Deitado numa valeta,
Com os olhos a girar,
Da cor de violeta,
A ponto de estourar.
Passava gente ao lado.
Ninguém, porém, percebia,
Pois era somente um gato,
Sem dono e sem mordomia.
Fosse o gato dum doutor,
Famoso e respeitado,
Mesmo em meio à dor,
Seria paparicado.
Mas era um gato qualquer,
De pobre, maltratado.
Vivera passando fome
E morreria desprezado.
O gato que ali morria
Não era um ser humano.
Porém, na vida e na sina,
Dividira o mesmo plano.
O felino moribundo
Era só um animal.
Mas, no mundo dos viventes,
Bicho e gente morrem igual.
Josué Batista de Souza, professor que encontrou-se na literatura, transmite mensagens de paz e sabedoria em suas reflexões, valorizando a natureza e a sua preservação, transporta-se na poesia à sua infância e os locais onde ele criou-se, Realça a Família e a Mulher quando ele diz no mote da sua Poesia “A força da mulher”: (Pois do ventre da mulher nasce toda uma nação).
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Luis Eduardo Garcia Aguiar