Por Paola Patrício – Assessora de Imprensa
Leonardo Barros é médico formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte. É autor do romance erótico “Amor de Yoni” (publicado em 2008); do suspense policial “O Maníaco do Circo – e o menino que tinha medo de palhaços” (publicado na XIV Bienal do Livro Rio, em 2009); da comédia “Saúde, Beleza, Prosperidade e Riqueza” (publicação independente, 2010) e da comédia “Solteiro Em Trinta Dias - Receitas de sucesso de um ex-otário” (publicado em 2011).
“Criei o Papo de Escritor, um programa de videoconferências no YouTube que, como eu mesmo defino nas apresentações, é um espaço aberto para falar de literatura, com inteligência e bom humor.”
Boa leitura!
Divulga Escritor - Como começou a sua carreira de escritor?
Leonardo Barros - Sempre fui fascinado pelas narrativas de ficção, fossem os quadrinhos, a literatura ou o cinema. Desde muito jovem, gostava de contar histórias, e meus amigos sugeriam que eu escrevesse um livro. Durante anos, me dediquei unicamente ao estudo da medicina, mas em 2007, uma história começou a assombrar meus sonhos, e resolvi pôr em prática a sugestão dos amigos.
Escrevi meu primeiro romance, o Amor de Yoni, num surto criativo que durou três meses. Fiquei alucinado, obcecado pela história. Editei uma publicação independente, que rapidamente esgotou. A crítica positiva dos leitores me estimulou a criar um novo romance. Dessa vez, um suspense policial.
Divulga Escritor - Por que escrever suspenses?
Leonardo Barros - Porque, em minha opinião, a curiosidade é uma das características essenciais do ser humano. Antes de ser escritor, eu sou leitor, e só consigo me interessar por uma leitura recreativa que me instigue a querer saber o que acontecerá a seguir. É isso que persigo nos meus escritos também. Tento fazer do leitor um refém do texto e creio que tenho conseguido. Tenho livros publicados em outros gêneros, como a comédia Solteiro em Trinta Dias (esgotada em versão impressa. Disponível em e-book, na Amazon.com) e mantive, nessas obras, a tônica do suspense.
Quando lancei O Maníaco do Circo, meu segundo romance e primeiro suspense, percebi que sentia um imenso prazer em engendrar tramas cheias de mistérios e revelações. Ao publicar o livro Presságio – O assassinato da Freira Nua, a crítica dos leitores e dos blogs celebrou o que eu já sabia: o suspense é o meu gênero natural.
Divulga Escritor - Qual o intuito dos programas que você participa?
Leonardo Barros - Criei o Papo de Escritor, um programa de videoconferências no YouTube que, como eu mesmo defino nas apresentações, é um espaço aberto para falar de literatura, com inteligência e bom humor. A ideia do programa nasceu de uma conversa com os autores Landulfo Almeida, Marcelo Hipólito e Janaina Rico, que me ajudam a conduzir o programa. Recebemos um novo convidado a cada episódio, e já conversamos com escritores, editores e outros profissionais do livro. A ideia original era se aproximar dos nossos leitores e divulgar nosso trabalho, ao mesmo tempo em que anunciaríamos escritores novos ou já celebrados pelos leitores.
Divulga Escritor - Você tem algum projeto pessoal sobre literatura?
Leonardo Barros - Eu e os autores que participam do Papo de Escritor criamos o grupo Infinito Criativo das Letras e sempre trabalhamos em algum projeto de divulgação da literatura nacional, com o Eu Leio Brasil (criado pela Janaina Rico) ou o Hangout Na Mira dos Autores, do Landulfo Almeida, em que entrevistamos escritores e levamos as perguntas e comentários dos leitores aos participantes.
Divulga Escritor - Em quais autores você busca inspiração?
Leonardo Barros - Acho que todo escritor tem uma lição para ensinar. Seja do que fazer, ou mesmo de como não se deve agir. Sou fã do Stephen King, mas tenho algumas ressalvas quanto à estrutura do texto. Creio que, se o mestre o faz daquela forma, cabe apenas a ele reproduzi-la. No entanto, sua criatividade e liberdade narrativa, muitas vezes ignorando as estruturas básicas e dando vazão à produção intuitiva, são dignas de admiração. Tendo a me lembrar dele, quando me sinto preso à estrutura que previamente concebi para a história. Outro autor que me inspira é o George R.R. Martin, com sua dedicação aos detalhes. Tenho o hábito de “enxugar” a narrativa, mas tenho reescrevido alguns trechos para permitir uma melhor concepção de figurinos, cenários e sensações. Em determinados trechos, creio que há necessidade de textos intimistas, e o Martin é a inspiração perfeita para isso.
Também gosto muito dos livros do Neil Gaiman e dos brasileiros Max Mallmann, Eduardo Spohr, Giulia Moon e Kizzy Yzatis.
Divulga Escritor - Qual a sensação de ver o seu livro Presságio sendo tão bem aceito pelo leitor?
Leonardo Barros - Antes de 2012, nunca tinha lido um blog literário. Mas ao fechar contrato com a editora Novo Século, recebi uma orientação do editor e diretor de novos negócios Cleber Vasconcelos, que disse: “faça parcerias literárias”. O escritor Ricardo Ragazzo me sugeriu o mesmo e insistiu para que fizesse quantas fossem possíveis, aceitando as críticas e divulgando-as, fossem positivas ou não. Agradeço a ambos pela dica, porque foi por meio dos blogueiros literários que eu fiquei conhecido entre os leitores. Depois de parcerias e book tours, tenho mais de cento e vinte resenhas publicadas em blogs, no Skoob, na Amazon e no site da livraria Saraiva. É difícil descrever o quão realizado eu me sinto em relação à crítica, porque a maioria delas é favorável à obra, e muitos leitores a consideram um dos melhores livros do gênero.
Divulga Escritor - E qual a sensação de ver O Maníaco do Circo ser o mais vendido da Veja?
Leonardo Barros - Confesso que me surpreendi. Depois de esgotada a versão impressa, em 2010, resolvi publicar uma versão digital na Amazon.com. Em 2012, com a chegada da Amazon ao Brasil e com a ótima crítica do Presságio, percebi que a vendagem do e-book O Maníaco do Circo crescia mês a mês. Isso me incentivou a voltar a divulgá-lo, nas redes sociais. O livro tem aparecido sempre entre os cem mais vendidos do gênero, e há algumas semanas, foi o suspense mais vendido do site. A surpresa foi devido ao fato de o livro ser uma publicação antiga, o que torna essa vitória ainda mais saborosa. A lição que aprendi foi que não existe livro velho.
Divulga Escritor - O que você acha que precisa mudar no cenário literário nacional?
Leonardo Barros - Do jeito em que o mercado está fervilhando com novos autores, lançamentos e editoras, é notório o fato de que o meio editorial não é mais previsível. As publicações digitais têm ganhado espaço, mas ninguém sabe até onde esse fenômeno vai chegar. Fala-se em “preço único do livro”, mas acho que isso impossibilitaria o negócio das publicações de pequenas tiragens.
Mais importante que mudar o mercado é se adaptar a ele. Divulgar o próprio trabalho e o trabalho de outros autores, manter contato com editoras e ter publicações independentes. Ampliar sempre o grupo de contatos no meio e ficar atento àqueles que tentam se aproveitar da boa vontade e dos sonhos dos novos autores. Tenho visto profissionais não habilitados oferecendo serviços de tradução, publicação paga ou agenciamento literário. Todo cuido é pouco. A informação faz toda a diferença.
Divulga Escritor - Quais são seus projetos para 2015?
Leonardo Barros - Tenho um novo original, um suspense fantástico com referencial histórico. Estou em negociação com a editora, e talvez seja muito cedo para falar, mas nas próximas semanas vou poder divulgar mais informações sobre o projeto. Aguardem! Vai valer a pena esperar!
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