Ler, para mim, é absorver em si histórias alheias. Tirar um tempo de nossas vidas para acompanhar a jornada do outro.
Jornadas repletas de pedras que, por vezes, nunca pisamos ou cobertas por mantos que nunca nos aqueceu.
É um constante sofrer, rir, chorar, alegrar-se, confabular e dividir experiências, por vezes, não vividas, mas que ficarão alojadas em nós.
Ao entrarmos neste mundo, do outro, ampliamos a nossa capacidade de visão, expandindo nosso processo de criação.
Uma viagem ímpar efetuada num canto qualquer que escolhemos como canto de leitura. E, neste canto qualquer, voamos sem asas.
Escrever revela o acolher de nossas experiências de vida e vividas, somadas a tantas outras que foram preenchendo lacunas das não vividas.
Historicamente, a literatura foi responsável, entre outros fatores, por mudanças sociais, evolução do comportamento humano e na construção da identidade cultural.
Portanto ler e escrever “(...) é um processo acumulativo, resultante de toda a experiência histórica das gerações anteriores. Este processo limita ou estimula a ação criativa do indivíduo”. (LARAIA, Roque de Barros, Cultura: um conceito antropológico, 14ª ed. Jorge Zahar Editora, Rio de Janeiro, 1986).
Publicado em 02/04/2014
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