Linguagem: atividade enunciativa e discursiva
Muitos pesquisadores têm-se dedicado ao estudo da interação nos mais variados campos do conhecimento, já que se trata de um tema que possui interfaces tanto na Linguística quanto na comunicação, na Sociologia, na Psicologia, na Informática e muitos outros campos do saber. Como ação e interação, a linguagem passa a ser vista em funcionamento, como atividade dialógica e interacional.
Partirmos do pressuposto básico de que a linguagem está mais para a capacidade humana de organizar o mundo e comunicar-se; a língua sim é uma instância viva e dinâmica na qual seres falantes se constituem em sujeitos sociais e socializáveis por meio da interação.
Nessa perspectiva, a linguagem se apresenta como condição ‘sine qua non’ das relações sociais, no processo de comunicação, de forma que seus usuários, ao serem por ela constituídos, tornam-se sujeitos que refletem o espaço social, os valores e os princípios vigentes em seu grupo, no sentido de que, com ela, o homem estabelece um vínculo, um elo inseparável com o contexto social que o produz.
A partir desse enfoque, compreende-se a linguagem como atividade enunciativa/discursiva. Neste sentido, a linguagem deve ser considerada dentro de determinadas situações, com a participação de sujeitos definidos que agem sobre a produção verbal (oral e escrita) de seus interlocutores e deles sofrem ações, num processo interacional.