Anoitece tão lento aqui. Eu sei que é verão, mas é como se o tempo existisse de outra forma. Os dias são mais longos nesta época do ano, parece não ter fim. É como se estivesse em outro mundo. De certa forma estou; no velho mundo. Atravessei o oceano e tudo mudou. Até a temperatura, estou longe do meu calor. O frio congelante não esfriou a minha alma. Olho para as nuvens, o sol aparece, mas o vento frio eriça os meus pelos. Corro para o casaco, aqueço o corpo com uma bela taça de vinho tinto. É outro momento, não tenho do que me queixar. Apenas sigo o fluxo desse lugar. Embalando o meu espírito que tanto quis se movimentar.
Viagens têm dessas coisas. Abre a cabeça. Os pensamentos se transformam. Tudo é novo, mesmo no velho mundo. Tudo é felicidade, mesmo quando o céu é cinza. Assim são os meus dias. Assim são minhas novas aventuras nessa terra. Pensamentos divagam. Mesmo próxima às pessoas viajo para dentro de mim mesma. Tento me conhecer melhor. Saber quem eu sou, o que quero e para onde vou. Se irei descobrir, não sei. Não me preocupo muito com isso, não sei para onde estou indo e nem aonde pretendo chegar. Apenas continuo seguindo movimentando os meus pés pelo caminho.
O destino final pouco importa. O bom é permanecer na estrada. O bom é nunca parar de se movimentar. Aprender coisas novas e nunca se deixar paralisar. Ainda não descobri o segredo da felicidade e talvez nunca encontre, mas não me sinto triste por isso. Sinto-me grata por nunca estar satisfeita, isso me motiva a nunca parar. Hoje estou aqui. Amanhã, quem sabe? Eu posso estar em qualquer lugar.
Não existem regras. Não existem planos. Apenas a vontade do novo. Aprender cada vez mais. Seguir os meus dias. Descobrir quem eu sou e se pertenço a algum lugar. Se um dia eu irei descobrir, não importa. E mesmo que eu descubra, eu sempre irei viajar.
Publicado em 21/02/2014
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