Repercutiu na mídia o caso do pedreiro que procurou o dono para devolver uma pasta com cheque de cinquenta mil reais que achou na rua. Diante de um acontecimento como esse, dois discursos são defendidos: aquele que tacha o pedreiro de tolo - poderia ter desfrutado o dinheiro alheio na compra de bens para si, e quem admira a sua atitude.
Indivíduos que criticam o pedreiro parecem brotar com mais frequência na sociedade; são oportunistas na rua, em casa ou no trabalho. Espertos furam a fila, ultrapassam o sinal de trânsito, embolsam o troco recebido quando maior, possuem discurso categórico, no afã de impressionar ou convencer alguém.
Normalmente, se gabam de suas atitudes: “É óbvio que eu não devolveria o dinheiro! Quem mandou perder? A grana surgiu em boa hora!”.
A atitude do pedreiro revela que o dinheiro é incapaz de aplacar a qualidade de ser honesto. Certamente, herdou dos familiares valores essenciais para a vida em comunidade, abraçando apenas o que lhe pertence – a cobiça e os bens em si, não são essenciais.
Ser honesto consigo e com a sociedade tem mais valor do que o dinheiro achado na rua.
Difícil ser honesto? Possuir valores?
Essa é a diferença entre o indivíduo esperto e o pedreiro – viver segundo a sua consciência. É um longo aprendizado que certamente um indivíduo esperto necessita adquirir.
Do livro “Um Pindaíba nunca está sozinho”