Mãe: nossa alma feminina - por Maurício Duarte

Mãe: nossa alma feminina - por Maurício Duarte

Mãe: nossa alma feminina

Se fosse possível representar o conceito de Mãe com um dos elementos constitutivos da nossa existência, ou da nossa essência, a Mãe seria a nossa alma. Não seria o nosso corpo, repleto de necessidades físicas, nem o nosso espírito, repleto de diretrizes puras.  Seria a nossa alma... A alma é que cuida dos detalhes da nossa vida.  Embora não tenha um centro, ela procura as virtudes modestas e protetoras, ela cuida da totalidade da vida, trazendo o local adequado, que é central e limitado.  Ela é emoção total, concedendo gosto, contato e habitação ao espírito.  O espírito poderia ser o Pai, seguindo essa trajetória de “brincadeira na representação”. E por sua vez, o espírito torna a alma mais leve, capaz de desfrutar o mundo sem ser ferida pelo mesmo mundo de forma séria.  No final das contas, precisamos dos dois, alma e espírito, para que o corpo – “homem” ou “mulher” e não “Pai” ou “Mãe” – possa tornar-se um indivíduo, crescendo com seu caráter e integridade.

As mães, nossas almas, nos mostram os afazeres domésticos, como lavar pratos e varrer a casa e as pausas, para tomar café e para ouvir os passarinhos no quintal, como elementos necessários, não só emotivos, não só carinhosos, mas fundamentais para a vida de todos e de cada um.  A alma se funde com a jardinagem, com a leitura, com a brincadeira, ela é emoção.  A Mãe nossa que sempre olha e protege todos nós.

Para o Pai – o espírito – está certo ler o jornal e cuidar do mundo, dos negócios, do turbilhão da existência.  Mas para a Mãe – a alma – isto é demais.  A Mãe anseia ver o cotidiano, o aqui e o agora, ela tem raízes, ela é nossa Terra, Mãe Terra.

A Terra lembra-nos que não somos perfeitos – quantas vezes sua mãe apontou o que você deveria ter feito e não fez? – mas podemos ser completos – quantas vezes você teve que recorrer ao colinho de mamãe nas dificuldades da vida? – e, em última instância, nós somos a Terra.  O grito do vendedor de laranjas lá fora na rua, somos nós; o zumbido do besouro que passa perto, somos nós; a música de fundo no rádio esquecido ligado, somos nós; as pedras, sonolentas pedras, sempre pedras, somos nós...A Mãe é esse cabedal de inteireza e completude que nos invade suavemente quando permitimos ver a vida com deslumbramento.

O contrário também poderia ser, nessa “brincadeira da representação”, mas deixemos a Mãe sendo nossa alma por ora...  Dar à luz e cuidar da cria, das crianças, é gerar e nutrir, apoiar e proteger.  Olhemos mais detidamente e mais amorosamente para nossas Almas-Mães.  Elas certamente gostarão e nos retribuirão com todo o seu amor.  Paz e luz.

Mauricio Duarte (DivyamAnuragi)

 

Referências bibliográficas:

A luz dentro da escuridão . Zen, alma e vida espiritual . John Tarrant .Rocco . Rio de Janeiro . 2002

Sexo . Em busca da plenitude .Osho .Cultrix . São Paulo . 2002

 

 

 

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