MÃE
Deixa-me pousar o corpo
Cansado
Sofrido
E parado
No teu regaço
Adormecido
No teu colo macio
Onde pernoitei
Em dilúvios tormentosos
E frios.
Deixa-me repousar os olhos
Nesse teu rosto amargo
Máscara do não amor
Mostrado
No cansaço dos dias
Em que não vieste.
E, nos sulcos espartilhados
Desses ombros ebúrneos
Doirados
Permanecer.
Até ao fim dos meus dias
Atribulados…
Conceição Oliveira
In, LABIRINTO de PALAVRAS, Temas originais, Editora - Maio 2012