MEU RIO
Nesse rio
Que corre sem parar
E nem para mim olha
Para me acenar
Vejo-me a navegar
E a procurar
Uma margem sólida
Onde me possa instalar
Já foi de águas quentes
Mas mudaram
De repente
E estão frias
Difíceis de suportar
Espero que a viagem
Seja curta
Que as correntes
Não me arrastem
Para um outro qualquer lugar
E que o abrigo sonhado
Eu consiga encontrar
Gosto da acalmia desse rio,
Assim como me encanta
Os momentos de fúria
Que quase da terra o levanta
Mas é ele, o meu rio
Com as suas ondulações
De amor e ódio
Que tem alma
E que por mais que corra
Há sempre um momento
Em que abranda
E aí me chama
Para aproveitar o tempo
E é quando sinto
Que afinal
Ainda me ama.
Publicado em 14/05/2014