Minha Terra, meu sal, minha Água…
Talábriga,
Aviarium, Averium, Aveyro…
“Suis terras in Alauario et Salinas”
Abraço longínquo perdido na bruma
Onde se cruzam águas e terras que meus olhos emolduram
Em laços de arco-íris, rasos de aves, manto branco, serras…
Ah…minha Ria, meu mar, minha Aveiro
Que dos nichos os santos olham
E guardam
Num encantamento mágico
Do amor primeiro…
Campos e salinas
Espraiados até à beira do mar,
O sal depositado
Na proa de um moliceiro…
Do bico de uma gaivota pende o pescado
Que a água quis ofertar…
Na crista da onda a espuma de todas as salinas
Que a natureza se propôs pintar.
Laguna espartilhada, memórias…
Sonatina de algas, adágios em cinza enevoado…
(…)
Sentada sobre o cais,
Teço afagos líquidos noite adentro…
Ao longe,
o Requiem… Resgata glórias.
Conceição Oliveira
In, FOLHAS (14) Letras e Outros Ofícios – Grupo Poético de Aveiro