Imagem: "lavrador de café" de Portinari
Moendo Café
Sobem grãos. Descem.
Grãos abençoados a pulular com o açoite do pilão
Nas zonas rurais, frutos caem no chão.
A música toca. O povo dança
A água ferve.
O sol arde, reluzindo esperanças.
Na varanda, o café já foi torrado.
Os vestidos se enroscam
Os sorrisos frouxos se soltam
Panela rasa, fogo baixo.
Juras de amor trocadas
Vento sussurrando nas janelas abertas
Cintura fina apertada entre os braços de alguém
O cheiro do café se ergue como um Deus
E a noite vai engolindo o dia
Saudosos dos beijos de alguém.