Mulheres de ontem, mulheres de hoje - por Carmen Jacques Larroza

Mulheres de ontem, mulheres de hoje

           Analisar o ontem e o hoje, faz com que se veja a evolução social, cultural, financeira das mulheres. Pena que ainda existam aquelas que se submetam a terem os olhos roxos, por dependência econômico psicológica! Pena mesmo!
    Graças a Deus, saímos de um lugar de "sim, sim" para uma posição de opiniões e manifestações dos próprios pensamentos. Isso,  devemos ás corajosas mulheres de vanguarda, que não temeram e nem se encolheram diante da "guerra" e do levante contra elas. Enfrentaram pais, família, sociedade machista, excluísta, hipócrita, conservadora de valores morais (à vista dos outros, porque distante dos olhares alheios, estes preceitos inexistiam), principalmente nos senhores chefes de boas famílias, os quais acoitavam as sujeiras uns dos outros.
          Muitas foram enxotadas de casa, como na época dos leprosários. Outras humilhadas arrastadas pelos cabelos pelas ruas. Imagino a dor de suas mães. Impotentes, quanto devem ter chorado escondidas em seus travesseiros!
           Corajosas não temeram abandonar o conforto, jóias, vestidos de seda, despreocupação financeira, já que tinham quem lhes dirigissem a vida, ou seja, a vivessem por elas. Perdiam tudo, para terem direito à palavra, às suas idéias e a suas próprias vidas. Acho que aos dez anos de idade, as vítimas já começavam a entulhar os baus de enxovais bordados, rendados, crochetados...  Muitas jovens já eram conduzidas a um casamento com "um rapaz de boa família", ainda nas "fraldas". Afinal, fazia-se necessário unir fortunas, fazer bons negócios...
Essas disseram "Não" ao de praxe! Lutaram obstinadamente, sem medo, pelos seus ideais. Pelos seus sonhos. Queriam algo mais! Preencher aquele vazio que o mutismo imposto, deixava calado. Queriam fazer-se ouvir, ser participantes, ter vida própria. Vida! Vida, como é bom viver-te!
     Na época, a maioria das mulheres, colocou-se contra a estas atitudes. Na realidade, penso, que, talvez, invejassem-lhes a coragem. Desejassem fazer o mesmo.
     Foi assim, aos pouquinhos, a passo de caracol, que a mulher foi galgando cada milímetro! Com muito sofrimento, desprezo, discriminação e miséria. Preferiram tudo isso a desistir, a retroagir! Que mulheres! Que força! Que coragem! Não quero dizer com isso, que concordo com todos os meios de que se valeram. Não! Mas admiro a valentia! O desprendimento!
    Umas foram somando-se às outras e, de repente, "eram milhões" como diz a canção.
   Hoje, estamos nós nas faculdades, em todas profissões, dizendo "não", "eu quero", "eu não gosto", 'eu não vou fazer". Dividindo tarefas do lar com nossos maridos, ocupando altos cargos. Até na presidência dos países já estamos. Nisso, inclua-se o nosso.
      Entretanto, apesar do avanço, que jamais deixemos de ser femininas, doces, polidas, esposas e mães dedicadas, carinhosas, cativantes, românticas e sonhadoras... Isso é irradiar o amor que o Deus de amor nos deu. Que nunca deixemos de ser mulheres! Não confundamos femininas com a irracionalidade do feminismo. Sejamos sinceras sem sermos mal educadas. Sejamos felizes!
       Para por  fim à discriminação e ao título de "Motoristas de Fogão", a mulher estudou, sacrificou horas de sono, de lazer. Fez dupla jornada de trabalho. Cansou. Desanimou. Voltou à luta. Venceu! De semi analfabeta passou a ser doutora, professora, empresária... Sem deixar de ser mãe zelosa.  Do baixar a cabeça, passou a olhar nos olhos e a fazer-se ouvir e respeitar, por  àqueles que só conseguiam vê-las caladas e com a "barriga no tanque".
      Penso que, talvez, agora seja a vez dos homens  imitarem-nas. Vi em um jornal de TV, que um senhor de 74 anos, aposentou-se e fará o ENEM. Seu sonho? Formar-se em Jornalismo. Que Deus o ajude. Melhor do que sonhar é realizar o sonho.
Hoje, sonhar, lutar, realizar e vencer não são exclusividades das mulheres!
 Homens não fujam à luta. Sigam o exemplo destas Mulheres Vencedoras! Vençam também! Há lugar para todos de baixo do sol!
Parabéns a todas as mulheres pelo seu dia, que é todo dia. Embora ainda haja muitas lutando para falar.

Será que se inverterá o processo?

 

Publicado em 05/05/2014

 

 

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