Nada
Eu que vim do nada
E que nada sou
Corro para o nada
Como quem nada quer
E a quem nada satisfaz
Queimando tempo
Com pequenos nada
Na ansia que entre tanto nada
Algo novo surja
Que me faça acreditar
Que todo esse anterior nada
Teve razão de ser
E até que por fim
Regresse ao voraz nada
De onde vim
E que, sem trégua,
Reclama por mim