N A T A L D E E S P E R A N Ç A
Tênue crepúsculo dezembral
acorda a cotovia lerda,
desperta uniões abraçais
nos laços dos amores atemporais,
eis que surge a esperança
de tempos horizontais
nas íris dos cânticos manhãs.
A célula primeva
corcoveia impávida rastreira
lobrigando à distância
sobranceira,
estaca, marco, igualdade,
num universo de desigualdades;
a última esperança desgraçada,
de uma reviravolta na índole
do homem serpente,
insensível, voraz, indolente.
Natal de esperança
morreu no primeiro
crepúsculo de um dia
chuvoso.
Lágrimas aziagas.
Anchieta Antunes. - dezembro de 2017.