Natureza Morta - por Lígia Beltrão

Natureza Morta - por Lígia Beltrão

Natureza Morta

 

Mutilei as plantas

Numa mistura

De ira e amor.

O meu desejo

Era cheio de silêncio.

 

Arrumei as flores no vaso.

Foi a minha vingança

Das secretas nostalgias de mim.

 

Nasceu o esplendor

Estéril e despótico

Na minha sala de estar.

 

Tive coragem

E nenhuma dó da primavera,

Ainda que, desperdiçasse a vida.

 

 

 

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