N O R D E S T E
No nosso claro e utópico rincão
pisamos tórrido solo,
gretado, cáustico, solidário;
por combustível temos a paixão
por nossas raízes fincadas
no chão onde a magia
nos faz buscar uma réstia de vida
nas curvas do indócil sertão.
Barro vermelho,
útero indomável
parido na dor,
sofrido nos instantes do tempo exposto;
sertanejo de pele curtida,
de mão calejada,
de testa franzida,
e vontade partida.
Partida e recuperada,
para quem desistência
é substantivo impronunciável.
Como reta de rio indobrável,
com filetes capilares regando
tênues esperanças calcinadas,
o homem avança irredutível
em busca da herança esquecida
nas dobras dos lençóis inexistentes.
gritos, agonia, felicidade
e sonho concretizado,
no dia em que o vértice da coluna
chorou pela garganta de pedra
sseu primeiro grito de vitória,
depois da chuvarada.
Galhos abrasivos apontam espinhos
para distanciar a distancia
e levar para bem longe
de seu núcleo d’água,
a agonia da morte solitária,
e trazer para si o
pão da vida,
sal da aurora
de sobrevivência.
Anchieta Antunes
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ALAOMPE
Gravatá – 11/09/2015.