NOSSA CASA
Nossa casa era no caminho do outeiro
Um morro forte, um largo cascalhado.
Acima, ficava o miolo do povoado,
Logo abaixo, um ribeirão de pesqueiro.
Na seca, o sol forte, as pedras, esquentava
E a rua tornava-se uma fonte de calor.
E a poeira se levantava, em seu rubor,
Ao movimento de qualquer que passava.
Vinham as chuvas, fortes aguaceiros
E a erosão dos quintais e dos terreiros
Mostravam a força da natureza.
Menininhos brincavam na enxurrada.
Os pés descalços e a roupa molhada,
Em um viver de graça e de pureza.