O BEIJO E A FLOR
Beijava, e deleitava-se a sentir o doce
Um néctar ali nascido, uma vida a espera
Uma concepção em evolução para a entrega
Submissa? Não! Mas era como se fosse...
Dele, fluía o encantamento, o sentir
Dela, uma felicidade por tê-lo no colo
Orgulhosa, por envaidecer o árido solo
Um louvor por amar, aconchegar... Existir
Ele... Beneficiado pelo circuito lógico
Tomou consciência da beleza narrativa
Tramas... Escritor, leitor o papel e a tinta,
Ou, tudo se funde num mesmo propósito?
Encantar na forma delicada do sublime amar
Distante das ambiguidades, livre de paradoxos
Apenas sentir o sublime, o encantado desabrochar
Em espirais espinhos que inspiram invólucros
Ela com seu doce mel, às vezes imagina ser surreal
Sentimento sedimentado em arquitetura apoteótica!
Não denomina rascunho inacabado, nem ilusão de ótica
Excitante momento de entrega, fogo... Para a razão, fatal
Contemplam do nascer, viver, plantar, colher, a virtude
O fogo sobre deuses mortais com a escritura do humano
Garimpando focos de esmigalhados afagos levantando o pano
Apenas sentir o saboroso néctar, o beijo quente... Plenitude!
Elair Cabral
25/04/14
publicado em 04/05/2014