O BRASIL E A IMPRENSA INTERNACIONAL
15 de março de 2015, data em que milhares de brasileiros foram protestar contra o atual governo. Como não poderia deixar de ser, tamanha repercussão foi destaque na imprensa internacional. Profissionais estrangeiros, observando o panorama do evento, colhem informações aqui e ali para divulgarem suas impressões em seus respectivos países, mal sabem eles a metade do enredo da novela, cujos principais personagens são os trabalhadores brasileiros. Um dos destaques, “demonstrações de direita” pela frustação com a “economia moribunda” e o escândalo de corrupção na Petrobras”, servem de algumas indagações e reflexões.
Os brasileiros têm mesmo o hábito de demonstrar a sua insatisfação politica? Ou apenas fofocam entre si nos ambientes de trabalho e seguem o estilo Maria vai com as outras? Descontam a sua indignação quando estão diante das urnas? Os resultados das eleições expressam esse descontentamento?
A economia brasileira está de fato moribunda? Ou é vítima de exploração? Como se explica o fato das riquezas do país serem a galinha dos ovos de ouro de pessoas que estão no poder? Desde quando as riquezas do país tornaram-se moribunda? Como se explica as altas somas desviadas continuamente ao longo dos anos?
E haja pacotes e panelaços para encobrir tantas indecências políticas. Não, as manchetes internacionais não sabem a metade das particularidades entre o povo brasileiro e seus governantes, se morassem no Brasil, não compreenderiam a cobrança de tantos impostos e a falta de qualidade nos serviços públicos, nem o fato de um político ladrão permanecer solto e ainda disputar as eleições seguintes.
15 de março de 2015, dia de manifestação, gesto recheado de patriotismo; pena que a repercussão costuma ser breve. Logo, mais uma rotina árdua de trabalho se inicia, permanecem o trânsito e as buzinas nas ruas, as chuvas de março alagarão bueiros carentes de manutenção e políticos corruptos permanecerão em suas poltronas. E todos os ruídos realizados nesse 15 de março aparentemente serão esquecidos. Porque diante das urnas, tudo se esquece, e se repete.