O ESCREVER A ESTÓRIA
A melhor maneira de escrever a história é reescrevê-la, não trilhar os caminhos velhos dos avós, mas desbravar florestas existenciais, ver que o maior patrimônio que temos é a experiência dos nossos ancestrais.
Guardar o nome como um bem precioso e fazer-se merecer ele, pois se vão séculos para criá-lo e instantes para perdê-lo.
Se trilharmos os mesmos caminhos batidos de antes, talvez a chance de errar seja menor, mas pouco pode inovar dar nosso cunho pessoal à vida, assinar a existência com a marca própria e reinventar a forma de existir.
Almejam-se algo maior, e não há nada maior do que apenas ser, só que para chegar a isto tem que vencer a pretensão do querer, e a ilusão do reconhecimento. Com isto talvez sejamos visto não por aquilo que acreditamos ser importante, mas pelo que o mundo vê como importante.
Ao tentar deixar de ser para lutar pelo aparecer entregamos parte de nossa individualidade ao custo do reconhecer, e não seremos mais nós mesmos, mas uma ilusão do que pretendemos ser, misturada com uma visão do mundo que nos observa.
Talvez o ser admirado, amado, e a razão de tudo isto, que houve um dia, se perca com o tempo, pois já não se é mais o que era, mas uma imagem que se criou com o tempo.
Aí se faz a razão de se reescrever, de se reinventar e registrar a forma original que nunca deveria ter-se perdido.