O Homem Máquina
O meu corpo já não termina nos meus dedos,
Pois eu nada sou sem o carro com que me desloco,
Sem o telefone com que comunico ilimitadamente.
Já não sei viver sem toda a parafernália eletrônica
Que acompanha a minha existência e que
Quando param, eu desespero.
Carrego-me de combustível e de energia,
Pois o meu corpo exige novos alimentos,
Transformo-me mas ainda distante do óptimo.
Sonho poder mutar o meu corpo,
Instalar sem pudor as máquinas que carrego
E me atrapalham hoje os movimentos.
Um dia vou ter chips e telefones embutidos no corpo,
Conexões, wi-fi e baterias eternas,
Vou poder voar em vez de andar.
E não me falem dos contras!
Eles acompanham a evolução,
Os desafios são eternos.