“O mundo está salvo!”
Rogério Araújo (Rofa) *
Não é o que você está pensando ao ler esse título. Não se trata de um texto sobre a “salvação das almas” ou pregação religiosa, mas algo muito interessante que ouvi e que tem tudo a ver!
Uma jornalista entrou numa livraria e viu uma cena, digamos assim, para lá de inusitada. Uma criança pedindo aos seus pais um LIVRO de presente. E a querida colega disse para amigos depois disso: “O mundo está salvo!”
Numa época em que crianças podem pedir “brinquedos tecnológicos” que já vem tudo pronto, não exigindo muito que se pense, como num jogo de vídeo game com tito para todo lado ou para computadores, dentre inúmeras opções, esta em especial chegou e, categoricamente, pediu um livro.
Não existe nada melhor para ler, aumentar vocabulário, viajar na imaginação e relaxar e curtir do que ler um bom livro. É algo fascinante! Quem tem preguiça de ler ou nem experimentou e diz que não gosta (bem parecido com um alimento que se diz que não gosta sem nunca tê-lo provado), não sabe o que está perdendo.
E ainda hoje em dia tem para todo tipo de pessoas e gostos. Só não lê quem não quer. A sua importância é tamanha que Carlos Drummond de Andrade disse: “A leitura é uma fonte inesgotável de prazer, mas por incrível que pareça, a quase totalidade, não sente esta sede.”
É preciso o estimulo desta “sede” desde a infância, caso contrário não haverá vontade de “beber nesta fonte”, costume e nem continuidade nesta prática tão benéfica para a vida de qualquer um e que provoca grande crescimento intelectual e de experiências mesmo.
Albert Einstein afirmou que “A leitura após certa idade distrai excessivamente o espírito humano das suas reflexões criadoras. Todo o homem que lê de mais e usa o cérebro de menos adquire a preguiça de pensar.”
Ler é um exercício bem completo para o cérebro. E uma vez iniciado desde criança, imagine só que efeitos podem ter? Muitos e sem precedentes. Quem lê sabe disso bem, já quem não lê talvez não saiba a falta que lhe faz.
“Viajar pela leitura/sem rumo, sem intenção./Só para viver a aventura/que é ter um livro nas mãos./É uma pena que só saiba disso/quem gosta de ler./Experimente!/Assim sem compromisso,/você vai me entender./Mergulhe de cabeça/na imaginação!” (Clarice Pacheco). E quantas “viagens” podem ser feitas se cada um começar desde a tenra idade, nos primeiros anos, manuseando um livro, sendo seduzido por sua bela apresentação?
Um professor que trabalha a leitura com seus alunos antes de entrar na produção de textos pode ter grande surpresas com seus efeitos. Jorge Luis Borges disse que “Sempre imaginei que o paraíso fosse uma espécie de livraria.” E realmente um “paraíso” é algo que nos faz bem, nos torna feliz e leve. Isso a leitura faz e muito bem! O mesmo autor desta frase também disse “Creio que uma forma de felicidade é a leitura.” Está corretíssimo. Ler pode trazer grande prazer e gerar uma série de mudanças positivas na vida de todos.
E Francis Bacon disse que “A leitura torna o homem completo; a conversação torna-o ágil; e o escrever dá-lhe precisão.” Eis uma das funções da leitura que talvez nunca ninguém imagina: quem lê escreve melhor e até se inspira para isso. Alguns até despertam para ser um escritor pelo estímulo da leitura de livros que os levam até a imaginação de que isso é perfeitamente possível.
Ninguém deve privar crianças de ler porque elas serão cerceadas no seu direito de sonhar e levar esses sonhos pela vida afora para um dia os realizar seja em que idade for. E esses “sonhos” podem começar ou atender pelo nome de “livros”.
Quem acha bobagem ler ou mostrar esse mundo às crianças desde cedo ou porque não foi apresentado a esse “mundo imaginário” ou porque é um frustrado na vida por não ter vivido plenamente sua infância desde criança e, por isso, foi “roubado” em seu viver.
E finalizo com a belíssima frase de Stephen King: “Crianças, ficção é a verdade dentro da mentira, e a verdade desta ficção é bastante simples: a magia existe.”
Um forte abraço do Rofa!