O pior texto do mundo - por Uiara Melo

O pior texto do mundo

 

Era uma vez uma linda jovem chamada Angélica. Ela sonhava viver e ganhar a vida em uma grande cidade. Mas ela tinha que se contentar em morar com os pais em uma pequena casa no vilarejo de Jurubatiba. Ela não aguentava a rotina de todos os dias pela manhã, ordenhar as vacas e, logo depois ajudar a sua mãe nos afazeres de casa. Ela sempre acreditava que algum dia iria encontrar a pessoa certa, se apaixonaria por ela, e viveriam felizes para sempre. Essa linda jovem, de pele aveludada, cabelos longos, sedosos, de cor estonteante, era muito determinada. A cor dos fios de seu cabelo, castanho dourado, contrastava com a cor dos seus olhos, verde água. Certamente era uma bela jovem.

Do outro lado da cidade, vivia um jovem chamado Henrique, trabalhador, dono de uma empresa de transporte herdada do pai que faleceu quando ele completou vinte e cinco anos. Este jovem podia ter tudo o que quisesse, inclusive, as mulheres mais bonitas daquela cidade.

A linda Angélica decidiu que logo pela manhã do dia seguinte, fugiria para a grande cidade, como sempre desejara. Juntou o máximo de roupas e itens que precisava dentro da mochila, e quase não dormiu. Estava ansiosa para que o dia apontasse com o nascer do sol.

Angélica, então, assim que o fio de luz entrou pela janela e tocou o outro lado da parede do seu quarto, pegou a sua mochila e saiu em busca da sua felicidade. Com o “coração na mão” e com a expectativa a mil, não sabia como conter o nervosismo, enquanto caminhava pela estrada de chão batido -, que ligava a sua humilde casa com a estrada mais movimentada que tinha naquele lugar.

Depois de um dia muito agitado e de cabeça “quente”, Henrique só queria ir para casa. No meio do caminho, dirigindo o seu BMW, ele não viu Angélica na beira da estrada, distraída e, por descuido, a atropela. Henrique, sem saber o que fazer, parou o seu carro bruscamente no acostamento e foi de encontro a Angélica deitada ao chão. Pobre Angélica, perdeu a vida por um sonho devido ao descuido do seu príncipe encantando.

Henrique, desesperado, liga para a emergência, na expectativa de ajudar a pobre moça que seria a mulher de sua vida. Como o destino pode ser tão cruel com os dois, tirando-lhes a oportunidade de viverem felizes para sempre? Foi este um destino esperto, ou um destino ciumento, não querendo que a sua Angélica fosse feliz ao lado de Henrique?

 

 

 

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