O velejador de ilusões
Reconheço o meu desejo cego e minha ousadia. A falta de censo e esta vontade ardente de te beijar a força e te deixar sem fôlego.
Esse céu assim azul com estas nuvens lindas correndo em espaço aberto me faz querer sim te desnudar ao vento com a ausência de qualquer palavra ouvir apenas as batidas do teu coração arfante. E logo depois do debate dos nossos corpos, naquele sobe e desce que geme e que beija e depois sussurra num prazer feliz indescritível.
Minha imaginação ferve enquanto te observo e me invento dona do poder do ter, do poder fazer embora saiba que nada nunca vai acontecer.
De repente chove na minha realidade e meus olhos fitam um nada que faísca.
Abraço esse nada indolente e jogo num lugar qualquer minha alegria.
Foi mais um passado que se fez visagem. Relampejou e me acendeu inteira e eu pensando que tudo era verdade quase caio de novo na armadilha.
Ainda bem que acordei em tempo de fechar minha boca e disfarçar o olhar. Encabulada desmontei o cenário, troquei a indumentária. Peguei meu tricô e me sentei tristonha. Anoiteceu tão depressa e eu não terminei a meia.