O vendedor de poesias - por Rogério Araújo - Rofa

O vendedor de poesias - por Rogério Araújo - Rofa

O “vendedor” de poesias

Rogério Araújo (Rofa) *

                                                                                                            

Estava caminhando nas ruas de Niterói (RJ), no maior sol com sensação térmica de mais de 40º e quase entrando numa loja com ar condicionado para melhorar a situação (rsrsrsrs) quando me deparei com um senhor com um papel nas mãos. Percebi que ele estava “oferecendo” uma poesia de sua autoria (em promoção) por apenas R$ 0,50 e outras por R$ 1,00.

Fiquei imaginando que interessante ver um poeta mendigando uns trocados, certamente por não conseguir publicar um livro com seus escritos. E, ao mesmo tempo, pensando o que ele poderia ter feito para chamar mais a atenção do público.

Ler uma poesia que toque o coração de quem a ouve, seria uma boa opção. Pena que ele apenas estava “oferecendo” sua obra, mas nem uma degustação de como era ele mostrava.

Existem pessoas sensíveis à poesia e com suas doces palavras. Outras já são mais frias e sem essa sensibilidade aguçada. Também quando falamos “poesia”, nos referimos a esse gênero literário, mas aos outros, como prosa-poética que não deixa de ser poesia e emociona da mesma forma.

O que não falta por aí são pessoas inspiradas que escrevem seus versos para si mesmo e tem vergonha de mostras aos outros. Alguns têm diversos livros escondidos com medo que os de fora riam de seus escritos. Poesia pode ser algo muito pessoal, com interpretação de cada um.

Aristóteles disse: “A poesia é mais fina e mais filosófica do que a história; porque a poesia expressa o universo, e a história somente o detalhe.” Toda a poesia é a expressão do que vivemos, seja no mundo real ou até mesmo em sonhos ou no “virtual”. É um momento único e prazeroso de “licença poética” da própria vida.

Há tempos atrás, uma bela moça se derretia com palavras poéticas adocicadas do pretendente. Sonhava com os momentos descritos em palavras na vida real. Hoje em dia nem sempre é assim, mas que no fundo todos estão abertos para estes deliciosos e preciosos instantes para viver.

Platão disse certa vez que “Todo homem é poeta quando está apaixonado.” E não é verdade? E quis dizer homem “ser humano”, incluindo a mulher cheia de seus sentimentos e que muitas vezes são incompreendidas pelos machões que não a compreendem.

“Poesia é quando uma emoção encontra seu pensamento e o pensamento encontra palavras.” (Robert Frost). Lindos dizerem que brotam coração que a mente transcodifica em emoção e que são mais eternizadas ainda quando lidas por lábios cheios de amor e paixão.

Existe lugar para poetas neste mundo. Ainda não levantarão uma placa dizendo “Não há vagas”. Emoção é bom para qualquer um, em qualquer idade e faz muito bem para o corpo, mente e alma.

Carlos Drummond de Andrade afirmou sabiamente que “Eu acredito que a poesia tenha sido uma vocação, embora não tenha sido uma vocação desenvolvida conscientemente ou intencionalmente. Minha motivação foi esta: tentar resolver, através de versos, problemas existenciais internos. São problemas de angústia, incompreensão e inadaptação ao mundo.” Poesia é tudo isso e muito mais e não nada como alguns afirmam ser.

As editoras torcem o nariz quando veem um livro de poesias a ser analisado para publicação. Será por quê? Não venderia? Teriam muitos livros de poesias por aí afora? É muita “emoção” para poucas prateleiras nas livrarias? Sempre existirão pessoas que adoram poesias, outras detestam. Algumas mais emotivas outras mais frias e assim a vida segue.  

 Vamos viver poesia! Ser poeta no dia a dia com atitudes sábias, emocionantes e que trazem o amor à tona das pequenas às mais complexas situações da vida que se não tiver emoção não vale nem a pena viver! E de graça e não vendidas as “emoções poéticas”...

 

Um forte abraço do Rofa!  

 

 

 

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