ODE A FELICIDADE
Nascemos sós e fatalmente morreremos sós. Vivemos uma vida repleta de sonhos e fantasias. Permeados por frustrações e perdas. Temos encontros e desencontros. A vida é assim. Não se dá para prever. Os cálculos podem sair errados.
Por que se nascemos sós e morreremos do mesmo jeito tememos a solidão? Por que temos a necessidade da busca no outro? Egoísmo nosso jogar a responsabilidade de nossa felicidade em alguém. Culpar o nosso infortúnio quando o outro quer buscar novos caminhos.
A felicidade é nossa. Só nossa. Está no nosso interior. Não está no externo, no palpável. Devemos parar de procurá-la nas pessoas ou nas coisas. A responsabilidade é nossa. O dever é nosso. Ser feliz ou não só depende de nós mesmo. Da paz que encontramos nos nossos silêncios. Na felicidade de estarmos bem não importando o lugar ou as pessoas envolvidas.
Devemos amar a nossa própria companhia. Curtir os momentos apenas nossos. Se não soubermos fazer isso. O outro não saberá de forma alguma. Mendigar afeto é uma das maiores humilhações que alguém comete a si mesmo.
Se algo em nós não nos agrada. Seja o corte do cabelo, o número do manequim. A casa que moramos, o emprego. Nada é motivo para levar uma vida de lamentações. Podemos mudar. Mesmo que se leve um tempo. Mas temos o direito de mudar aquilo que não nos faz bem. O cabelo, podemos deixar crescer, cortar, alisar, frisar, pintar. O número do manequim se resolve em alguns meses, basta mudar os hábitos alimentares e físicos. A casa se não pudermos mudar, por que não redecorá-la? O emprego pode ser trocado ou enquanto não se pode, por que não se especializar, fazer outro curso. Tudo tem jeito, tudo tem conserto.
Se aquele amor não lhe quer, meu bem. Chorar pra que? Você pode até se permitir alguns dias de luto. Derramar algumas lágrimas. Mas a vida é muito mais que isso. Quando a gente se ama, a gente pode até sentir falta, ficar triste por algum tempo. Mas não se morre por causa de um amor frustrado. Morrer de amor está fora de moda.
Amar é lindo, prazeroso. Bom demais. Mas amar a si mesmo não há comparação. Amemos sim. Sejamos felizes. Mas que primeiramente amemos a nós mesmos do jeito que somos. Só assim seremos capazes de encontrar o outro. Não para suprir nenhuma necessidade, mas sim, somar com a nossa felicidade.