Oralidade no contexto escolar - por Tânia Dantas

Oralidade no contexto escolar - por Tânia Dantas

A Oralidade não se aprende por intuição: gêneros mais formais devem ser trabalhados com os educandos desde os anos iniciais. A razão é compreensível, existe a ideia de que não é papel da escola ensinar o aluno a falar – afinal, isso é algo que a criança aprende muito antes, principalmente com a família.

Neste sentido, Marcuschi (2003) afirma que, a fala é uma forma de produção textual que se utiliza da forma oral e está, por conseguinte, inserida na oralidade. Kato (1987, p.51) afirma: “[...] é função de a escola desenvolver no aluno o domínio da linguagem falada institucionalmente aceita”. A autora evidencia que só se pode compreender e ensinar a língua escrita com base na correta compreensão do funcionamento da fala. Isso representa uma dupla proposta de trabalho: por um lado, trata-se de uma missão para a Ciência Linguística, que deveria dedicar-se à descrição da fala, por outro lado, é um convite para que a escola amplie seu leque de atenção.

O que propomos, com certeza, não é a substituição do ensino da língua escrita na escola, mas sim que a escola assegure, também, um lugar para o trabalho com a modalidade falada. A valorização da língua falada deve ser contemplada pela escola, nos diversos componentes curriculares, isto não implicará na redução do papel que ela tem na língua escrita. Apenas é justo readquirir o equilíbrio que o uso linguístico tem, mas a escola desconhece: em uma sociedade letrada, não se escreve e se lê apenas, mas também se fala.

Portanto, cabe à escola ensinar ao educando utilizar a linguagem oral nas diversas situações comunicativas, envolvendo os diversos componentes curriculares. O psicólogo suíço Bernard Schneuwly, considerado um dos maiores estudiosos sobre o desenvolvimento da oralidade, defende que os gêneros da fala têm aplicação direta em campos da vida social: no trabalho, nas relações interpessoais e na política.

 

REFERÊNCIAS

Kato, M. (1987). No mundo da escrita: uma perspectiva psicolinguística. 2 ed. São Paulo: Ática.

Marcuschi, L. A. (2003). Da fala para a escrita: atividades de retextualização. São Paulo: Cortez.

publicado em 05/04/2014

 

 

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