ORALIDADE: novas configurações do ensino e da aprendizagem
Tânia Dantas
Compreender o funcionamento das engrenagens sociais, conhecer seu papel na sociedade, em tempos de globalização, constitui-se como uma necessidade, um ato de sobrevivência. Essa nova postura educacional implicará o advento de uma nova ordem social, voltada principalmente à inclusão e à democracia.
O modelo educacional, que ainda vigora em boa parte de nossas escolas, não mais atende aos anseios da atualidade. No que diz respeito ao trabalho com a oralidade, há que serem discutidos os meios viáveis para que as escolas ponham em prática os documentos oficiais, a exemplo, das orientações dos Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Portuguesa e da Base Nacional Comum Curricular.
Os obstáculos existem; não são poucos; no entanto, não há como manter o ensino e a aprendizagem da língua materna baseados, tão somente, em uma modalidade da língua: a escrita.
Diante do exposto, não são poucos os argumentos em defesa da oralidade como ferramenta mediadora de conhecimentos e de trocas intersubjetivas, contudo ainda carece de estudos no que diz respeito à sua sistematização na escola, na sala de aula, pois educadores, professores e docentes ainda carecem de clareza quanto ao seu uso em prol da formação integral dos estudantes.
Deve-se atentar, sobremaneira, para uma educação que tem como ponto de partida o diálogo; uma pedagogia orientada por uma relação igualitária entre os sujeitos, a qual possa permitir ao educando posicionar-se criticamente a respeito da realidade em que vive.
Há que considerarmos, portanto, a língua, como um fenômeno que experimenta variações à medida que o tempo passa. Os modos de se conceber, de se utilizar a linguagem são definidos a partir de fatores histórico-sociais, bem como recebem tratamento específico dos indivíduos que utilizam.
A oralidade, neste sentido, nunca estará pronta ou concluída, já que à medida que é produzida em relações dialógicas, ela se refaz ininterruptamente.