Oralidade: uma aprendizagem significativa ao longo da vida em contexto não formal, formal ou informal - por Tânia Dantas

Oralidade: uma aprendizagem significativa ao longo da vida em contexto não formal, formal ou informal - por Tânia Dantas

Oralidade: uma aprendizagem significativa ao longo da vida em contexto não formal, formal ou informal

 

A educação tem sido desafiada, constantemente, a focar os valores humanos, na formação do cidadão, na visão crítica, além do compromisso de prepará-lo para o mais novo e incerto mundo do trabalho. Cada vez mais se cobra competência, habilidade e atitude; portanto, não será permitido trabalhar o conhecimento de forma reduzida e simplista.

Querer calcar os usos linguísticos de uma sociedade na norma culta escrita é aprofundar o fosso entre as classes sociais e perpetuar os mecanismos de dominação. Apesar dos esforços das teorias de caráter pragmático para uma mudança de perspectiva para o ensino, a situação ainda é preocupante, pois a oralidade continua sem ter a devida valorização no âmbito educacional e a escola continua servindo como instrumento de manipulação teórico-ideológico.

O ensino da oralidade é uma perspectiva bastante interessante, pois, permite ao professor um estudo mais atraente e dinâmico de língua materna, a qual possibilita contato com diferentes situações de interação comunicativa. É válido afirmar que não existe um oral único, que se oponha a uma escrita única. Certos escritos, como os e-mails estão mais próximos das formas consideradas orais contribuindo com as práticas de linguagem, sua configuração particular engaja os locutores em atividades de linguagem específicas. Apesar de ser um conhecimento importante para a cidadania plena, o oral formal, não é tratado como objeto de ensino efetivo nas aulas de língua materna.

Não obstante, os Parâmetros Curriculares Nacional (PCNs) apresentam algumas possibilidades de projetos em que a linguagem oral é privilegiada. Entre estes, podem ser exemplificados os programas radiofônicos, a televisão e o vídeo, meios de comunicação que possibilitam introduzir ou complementar os conteúdos trabalhados em classe auxiliando no exercício da cidadania.

No tocante à modalidade oral, é sabido que há entraves a serem superados, embora a oralidade tenha sido incluída na proposta oficial, por meio dos PCNs (Brasil, 1998) e signifique um avanço expressivo para o ensino, na perspectiva enunciativa e discursiva, novas propostas educacionais devem ser discutidas, tendo-se como referências os recursos disponíveis.

No atual momento, é cada vez mais recorrente o uso, em documentos internacionais, a exemplo do Memorandum sobre El aprendizaje permanente (2000), Hacer realidad um espacio europeo del aprendizaje permanente (2001), dentre outros, o termo “educação e formação”, utilizados não em formas de sinônimos, nem como uma junção simples de termos. Isto é, enquanto o termo “educação” aparece referido à dimensão institucional, o termo “formação” vem empregado para descrever os processos de aprendizagem ao longo da vida, como as conexões mais estreitas e versáteis entre educação e diferentes dimensões do mundo: trabalho, economia, informação, cultura.

Neste contexto, afirma Beltrán (2007) “o processo de aprendizagem de uma pessoa não se esgota em um itinerário educativo básico e obrigatório”. A aprendizagem permanente considera a ação de aprender como um processo contínuo e ininterrupto durante toda a vida.

Para tanto a aprendizagem permanente se apresenta de forma quantitativa, relacionada à duração da vida inteira, bem como ao aspecto qualitativo que tem lugar em toda sua estruturação sociocultural; assim como, abrange toda aprendizagem formal, não formal e informal, de forma sinérgica.

            Diante do exposto, o direito a educação parece não se limitar mais ao campo das aprendizagens formais, produzindo a emergência de novas demandas na concepção e na organização dos dispositivos de ensino e de aprendizagem.

REFERÊNCIAS

BELTRÁN, J. Espacios de Formación. Educación y Formas de Vida Social. Alzira: Germanía, 2007.

Brasil. Parâmetros Curriculares Nacionais. Língua Portuguesa. Terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental. Brasília: MEC/MED/SEF, 1998.

 

Hacer realidad um espacio europeo del aprendizaje permanente. Comisión de lãs Comunidade Europeas, Bruselas: Mecanografiado, 2001.

 

Memorandum sobre El aprendizaje permanente Comisión de lãs Comunidades Europeas, Bruselas: mecanografiado, 2000.

 

 

 

 

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