Orfãos - por Ione Kadlec

ÓRFÃOS

 

Não quero ser aquela que desmonta a mãe pátria.

Cama desfeita pela manhã.

Lençóis marcados de suor.

Dela arrancados.

Dobrados, lavados

A beira dum riacho plácido

Desmonta-se a flâmula

O riso quando frouxo

Restando a lágrima fixa

Nas mascaras de Pierrô.

Oh, quanta alegria!

Mais de mil palhaços no salão.

Não! Não!

Não quero desmontar a pátria mãe

Tão arredia! Tão cintura Fina!

Socrática: recheada de cicuta

Colombinas!

Neste céu de brigadeiro

Formoso e belo

Nesta nova capital do Império

Desmontar é proibido

Portanto, este sapo nunca foi príncipe.

Sendo assim, o tiramos da história.

Afinal, o delírio é meu.  

E a história é minha.

Salve a Democracia!

 

 

 

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