Orgulho
Eis-me aqui, presa na masmorra do meu nome.
A porta fechada abafa o grito silencioso
O coração sangra as lágrimas contidas,
Escondidas no sorriso tímido.
A mão pesada desfere o golpe fatal
E os passos trôpegos caminham ao encontro do nada.
Eis-me aqui, presa na masmorra do meu nome.
Vazio perdido dentro de mim
Mãos trêmulas na inutilidade dos dias
Boca muda, amarga,
Mastigando a vida por estar viva...
Eis-me aqui, presa na masmorra do meu nome.
Maldito nome que não me deixa gritar
Olhos perdidos, encharcados de mar,
Orgulho egoísta pensando que amar
É entre torres medonhas viver a sonhar
Gritando por si mesma, sem saber onde está.
Lígia Beltrão