OS VALORES AFETIVOS NA INSTITUIÇÃO ESCOLA
Os valores humanos são fundamentos morais e espirituais da consciência humana. Tendo origem subjetiva e enraizada nas emoções, etnicidade, religião, cultura. Todos os seres humanos podem e devem tomar conhecimento dos valores a eles inerentes. Muito das causas que afligem a humanidade está na negação destes valores como suporte e inspiração para o integral do potencial individual e consequente do social. A vivencia dos valores alicerça o caráter e reflete-se na conduta como uma conquista espiritual da personalidade.
Conforme Ferreira (2001), a palavra afeto vem do latim affectu e constitui o elemento básico da efetividade, conjunto de fenômeno psíquicos que se manifesta sob forma de emoções, sentimentos e paixões, acompanhados sempre dá impressão de dor ou prazer, de satisfação ou insatisfação de agrado ou desagrado, da alegria ou tristeza.
Fernandez (1991), Dantas (1992) e Snyders) vêm defendendo que o afeto é indispensável na atividade de ensinar, entendendo que as relações entre ensino e aprendizagem são movidas pelo desejo e pela paixão e que, portanto, é possível identificar e prever condições afetivas favoráveis que facilitam a aprendizagem.
Segundo Pinheiro (1995) essas relações contribuem para a discussão da relevância da dimensão afetiva na constituição do sujeito e na construção do conhecimento. Entretanto, na maioria das vezes, o termo emoção encontra-se relacionado ao componente biológico do comportamento humano, referindo-se a uma agitação, uma reação de ordem física. Já a afetividade é utilizada com uma significação mais ampla, referindo-se às formas de expressão mais complexas e essencialmente humanas.
Almeida (1999) destaca que “a afetividade e a inteligência, constituem um par inseparável na evolução, psíquica, pois ambas têm funções bem definidas e, quase integradas, que permitem o adolescente atingir níveis de evolução cada vez mais elevados”. Na educação podemos auxiliar na construção do potencial que cada educando possui, dentro das suas possibilidades e limitações. Porém, necessitamos utilizar a pedagogia da compreensão contra a pedagogia da intolerância, da autoridade, a do egocentrismo, do menosprezo aos menos inteligentes, dos menos capacitados, problemáticos (ALMEIDA, 1999).
No entanto, percebe-se que a afetividade está presente em todas as principais decisões de ensino pelo educador, constituindo-se como fator essencial das relações que se estabelecem entre os alunos e os conteúdos escolares. A natureza da mediação, portanto, é um dos principais fatores determinantes da qualidade dos vínculos que se estabelecerão entre o sujeito e o objeto do conhecimento (ALMEIDA, 1999).
Vygotsky (1991) explica que o pensamento tem sua origem no campo da motivação a qual inclui inclinações, necessidades, interesses, impulsos, afeto e emoção neste campo
De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases – 9394/96 artº 2º, a finalidade da educação como processo intencional deve contribuir para que o organismo psicológico do aprendiz se desenvolva numa trajetória harmoniosa e progressiva preparar o exercício da cidadania (BRASIL, 1996).
Segundo Seibert et al. (2006), a aprendizagem pode ser considerada como um processo evolutivo, a qual depende e muito do relacionamento que o aluno desenvolve com o aprender e com a figura do professor. Desse sentido, ensinar não se resume a uma tarefa objetiva e concreta, mas as implica em vivências e experiências de interações e trocas recíprocas entre aluno e professor.
É necessário salientar que a maneira como o educador se relaciona no ambiente social em que vive e com o ambiente escolar em que trabalha influência na relação afetiva entre ele e o seu educando. Sendo necessário que o profissional conheça com clareza as diferenças que caracterizam sua atuação para que possa de forma positiva transmite ao aluno um eixo na sua formação.
O afeto e a prática da docência estão ligados por enorme importância no contexto escolar. Assim sendo, todos os professores necessitam encontrar maneiras ou atividades para conviver com o impasse, permitindo uma melhora no convívio escolar.É compromisso da escola assumir efetivamente, em união com os pais, a tarefa de proporcionar aos alunos oportunidades de crescimento com seres humanos. Assim, seu trabalho educacional é cuidar da formação, fazendo-os cumprir regras, impondo-lhes limites, e acima de tudo acreditando que os jovens têm capacidade de suportar frustrações.
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, A.R.S. A emoção e o professor: um estudo a luz da teoria de Henri Wallon, Psicologia Teoria e Pesquisa, v.13, n 2, p. 239-249, mai/ago, 1997.
CURY, A. J. Pais Brilhantes, Professores Fascinantes. Rio de Janeiro: Ed. Sextante, 2003.
DANTAS, H. Afetividade e a construção do sujeito na psicogenética de Wallon, em La Taille: teorias psicogenéticas em discussão. São Paulo: Summus Editorial Ltda, 1992.
FERNANDÉZ, A. A inteligência aprisionada. Porto Alegre: Artes Médicas, 1991.
FERREIRA, A.B.H. Mini Aurélio: O minidicionário da língua portuguesa. 4 ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001.
FIALHO, F. Ciências da cognição. Florianópolis: Insular, 2001.
SEIBERT, V.; NASCIMENTO, C.T.; VILANI, A.; SILVA, M.; BRANCHER, V. O vínculo afetivo com o processo de aprendizagem desenvolvido por crianças pertencentes ao ensino fundamental, tidas como “alunos-problema”. Universidade Federal de Santa Maria, 2006.
VYGOTSKY, L.S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1991.