José Luís Cordeiro, nascido em Santarém a 13 de abril de 1963, é professor de Português. Vive e leciona em Alpiarça. Este é o seu quarto livro, sendo autor de “Transparências da Alma” (2010), “Mar de Sonhos, Mar de Vidas” (2011) e “Amar Além Mar” (2012).
Paulo Maia Domingues, nascido em Lisboa a 4 de agosto de 1961, tem como área de formação a informática, exercendo atualmente na Inspeção-Geral das Atividades Culturais. Decidiu-se, finalmente, e sob a influência do poeta escritor José Luís Cordeiro, publicar o seu primeiro livro.
SMC - Escritores José Luís Cordeiro e Paulo Maia Domingues é um prazer contarmos com a vossa participação no projeto Divulga Escritor, contem-nos o que os motivou a publicar o vosso primeiro livro?
(José Luís Cordeiro) - Nunca pensei em publicar, embora escreva desde sempre. Tudo aconteceu durante a apresentação de um livro de um ex-aluno, em que fui apresentado à representante da Editora. Aí tudo aconteceu de forma rápida e surpreendente, foi apenas escolher alguns dos muitos poemas que tinha escrito ao longo do tempo e o livro fez-se.
(Paulo Maia Domingues) – Sempre tive o sonho de publicar por considerar ser importante como realização pessoal. Se não fosse o incentivo e reconhecimento de qualidade do meu amigo José Luís Cordeiro, talvez nunca tivesse publicado.
SMC - Quais, escritores, são as suas referências literárias? Por que eles se tornaram uma referência para você?
(José Luís Cordeiro) - Tenho várias referências, desde José Mauro de Vasconcelos (apaixonei-me pelo livro “O meu pé de laranja lima” quando era adolescente) até Valter Hugo Mãe, passando por José Luís Peixoto, José Saramago, Sophia de Mello Breyner, Eugénio de Andrade, Cecília Meireles, Jorge Amado… tantos, não consigo referir todos. Para mim todos eles são uma referência pela beleza invulgar das palavras, pelas viagens imaginárias ao mundo da fantasia, que posso fazer enquanto leio os seus textos, pelos ensinamentos acerca da correção da língua, pela forma como passam ao leitor as suas emoções.
(Paulo Maia Domingues) – São tantos… Mas especialmente Sophia de Mello Breyner, Jorge Amado, Eça de Queiroz, Florbela Espanca e, talvez o que mais tem a ver com a minha personalidade e forma esventrada de pensar, Fernando Pessoa.
SMC - Como foi a escolha dos Títulos para os seus livros:
(José Luís Cordeiro) - O livro “Transparência da Alma” tem esse título, pois nele estão presentes vários poemas que me mostram como, de facto, sou… um homem transparente, no modo de ser, nas atitudes, na forma como me relaciono com os outros, ou seja, uma alma sem segredos.
“Mar de Sonhos, Mar de Vidas” é um conjunto de poemas escritos num curto espaço de tempo, em que o mar é metáfora de amor, da pessoa amada, com quem se quer partilhar a vida, os sonhos.
“Amar além Mar” é um conjunto de cartas de amor realmente escritas a alguém que amei, ainda que num curto espaço de tempo, a uma pessoa que mora em S. Miguel, nos Açores, portanto “além mar”. As cartas refletem vários aspetos, desde o fascínio, o convívio e a desilusão.
(Paulo Maia Domingues) – “A Esperança da Tristeza” é o meu primeiro livro em co-autoria com o José Luís Cordeiro que generosamente, deixou a resposta a esta pergunta para mim. Este título, surge numa conversa sobre formas e estilos de cada um dos autores. O José é alguém que manifesta a esperança, mesmo quando se percebe a dor que sente. Eu, por outro lado, manifesto a tristeza, o desassossego, a exigência da felicidade, ou seja, mantenho a esperança na tristeza. É deste contraste e ao mesmo tempo desta comunhão que o título surge de forma natural.
SMC - De forma geral, qual a mensagem que você quer transmitir aos leitores através de seus textos literários?
(José Luís Cordeiro) - Nunca tive a pretensão de transmitir alguma mensagem específica aos leitores, apenas sempre pretendi partilhar aquilo que vou escrevendo; tal como se deve partilhar um sonho ou um momento feliz, também pretendo – através dos meus textos – dar aos outros um pouco da minha forma de vida, sempre otimista, apesar de tudo.
(Paulo Maia Domingues) – Quando escrevo, confesso que não me preocupo em mensagens subliminares, apenas deixo fluir, nem sei bem se são os meus pensamentos ou a energia que me circunda, sei, porque sinto, que escrevo sobre alguém (que posso ser eu próprio) que, quando acabar a leitura de um dos meus poemas ou textos, sentirá que foi escrito, não por mim, mas pelo leitor. Embora saiba que esta resposta é complicada, julgo que algumas pessoas vão entender.
SMC - Onde podemos comprar os seus livros?
(José Luís Cordeiro) - Os dois primeiros estão esgotados nas editoras, o terceiro através da Editora Pastelaria Studios Editora e o último contactando um dos autores, já que foi escrito em co-autoria com Paulo Domingues.
(Paulo Maia Domingues) – O José já respondeu.
SMC - Escritores José Luís Cordeiro e Paulo Maia Domingues, de que forma vocês divulgam o seu trabalho? (podem deixar os link’s para suas páginas no Facebook...)
(José Luís Cordeiro) - Divulgo através de apresentações em bibliotecas ou escolas para onde sou convidado ou através da minha página do facebook (https://www.facebook.com/joseluis.cordeiro.5)
(Paulo Maia Domingues) – A divulgação é, como disse o José, efetuada em apresentações em bibliotecas ou noutros locais, por convite, além do “passa palavra”, também divulgo no facebook (https://www.facebook.com/paulo.domingues.14)
SMC - Quais os vossos principais objetivos como escritores? Pensam em publicar um novo livro?
(José Luís Cordeiro) - Os meus objetivos são muito lineares e simples: partilhar com os leitores as minhas palavras, levá-los a ver o mundo com a beleza própria das palavras, fazê-los acreditar no amor. Penso publicar até ao fim da vida.
(Paulo Maia Domingues) – Durante muitos anos escrevi e sempre escondi. Ultrapassada a enorme batalha mental para assumir que escrevia e publicado o primeiro livro, conto publicar anualmente. Neste momento, já tenho prontos mais dois livros de prosa poética e um romance a meio. Como principal objectivo, sem falsas modéstias, mantenho a esperança de ser reconhecido como escritor e deixar uma marca que contribua para a cultura.
SMC - Quais os seus principais hobbies?
(José Luís Cordeiro) - Gosto de fotografar, caminhar, ver um bom filme ou uma boa peça de teatro. Mas nada supera a leitura.
(Paulo Maia Domingues) – Também gosto de fotografia, já ganhei alguns prémios e menções honrosas, cinema, leitura e “visitar” uma das minhas maiores fontes de inspiração, o mar.
SMC - Quais as melhorias que você citaria para o mercado literário em Portugal?
(José Luís Cordeiro) - Creio que, sobretudo, deveria haver um maior incentivo em relação aos novos autores, fazendo com que a sua margem de lucro fosse aumentada, já que – infelizmente – as editoras apenas pensam em si próprias. Por outro lado, devia de haver uma certa forma de seleção entre os que escrevem com qualidade e aqueles cuja escrita deixa muito a desejar.
(Paulo Maia Domingues) – Concordo com o José. Acrescento que os responsáveis pela cultura, não só deviam estar mais atentos, como ter aptidão e sensibilidade para desempenhar tais funções. A língua portuguesa é riquíssima e os países e as diversas comunidades deviam, elas próprias, promover encontros e convites aos autores como forma cultural, contribuindo dessa forma para a dinamização e divulgação literária. Em ultima analise, somos um povo, uma língua.
SMC - Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista, agradecemos a vossa participação no projeto Divulga Escritor, muito bom conhecer melhor os Escritores José Luís Cordeiro e Paulo Maia Domingues, que mensagem vocês deixam para nossos leitores?
(José Luís Cordeiro) - A única mensagem que posso deixar é que quem lê consegue ser mais feliz.
(Paulo Maia Domingues) – Mesmo que a tristeza vos invada, lembrem-se que a esperança é a forma sublime da sobrevivência, sem ela, deixar-nos-íamos morrer.
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