PEDRA
Sozinha.
Estreito labirinto
Brilho, não há.
Barata, vulgar
Inerte. Beira do Rio
Banhada por águas a correr
Silêncio espairecer
Jogada, parada, banhada.
Coberta de limo, tapete verde
Beijando-a. Deita-se.
Ali molhada, lambida.
Por diversos caminhos
Caminhos, Caminhos! - Grita o vento
A doer os rins
Árvores ao redor
Chora o mundo
Canta o redemoinho
Olhando, olhando
Manto de barro
Sopro estalos
É o mundo!
Deitado, agonizando.
E a Pedra? – pergunta o passarinho
Cansada.
Rolou para o Rio.
Fotos: Reprodução/Twitter(David Quentin - @_RocksInTheSky)