Pedro Irineu - Entrevistado

Pedro Irineu - Entrevistado

por Shirley M. Cavalcante (SMC)

 

Pedro Irineu Neto nasceu em Recife, em 21 de Setembro de 1988. É advogado, formado em Direito pela UFPE em 2012. Leitor assíduo de grandes clássicos da literatura brasileira e universal, como Baudelaire, Guimarães Rosa e Machado de Assis, estreou na cena literária com o romance Pelas Mãos das Suas Amadas, pelo qual concorreu ao Prêmio Machado de Assis de Literatura, no ano de 2013, além de obter boa crítica por parte do público pernambucano, com apenas 6 meses de publicação. No mês de maio de 2014, há previsão de lançamento do seu segundo livro: Mulheres de A à Z – Ou Fragmentos de Casos que poderiam ter sido Romances.

“Eu honestamente não vejo nada demais em best-sellers como o Código da Vinci, Um Dia... Com todo os respeitos aos leitores desses livros, mas a literatura nacional ainda produz obras de igual ou superior qualidade, a ponto de estarmos nos rendendo a outros mercados...”

 

Boa Leitura!

 

SMC - Escritor Pedro Irineu é um prazer contarmos com a sua participação no projeto Divulga Escritor. Conte-nos o que o motivou a ter gosto pela escrita?

Pedro Irineu - Aos doze anos eu fui presenteado pela minha Tia Mônica com o romance Dom Quixote, de Miguel de Cervantes. A versão adulta mesmo, original. De início, não foi uma leitura fácil e eu quase desisti, mas persistente, terminei me admirando pela aventuras do cavaleiro andante. Com muita imaginação, me perguntei se não poderia inventar as minhas próprias estórias. Dez anos depois, mais ou menos, publiquei meu primeiro livro.

 

SMC - Em que momento pensou em escrever o romance “Pelas Mãos das Suas Amadas”?

Pedro Irineu - Eu comecei a escrevê-lo em Setembro de 2011, pouco antes ou pouco depois do meu aniversário. Estava no escritório de uma das empresas do meu pai, e então tive a ideia de que escrever um conto de assassinato, lá mesmo. O romance começou como um conto, pois. Mas aí eu tive outras ideias que se acoplaram ao conto e comecei a desenvolver o romance, que escrevi em mais ou menos um ano, enquanto cursava os últimos períodos da faculdade, estagiava, e preparava o meu trabalho de conclusão de curso.

 

SMC - Como foi a construção do enredo e personagens?

Pedro Irineu - O enredo gira em torno de uma investigação policial, mas o mote do livro é transmitir a ideia central sobre como é difícil, na maioria das vezes, você se desapegar sentimentalmente de determinada pessoa. Centrado nesse mote, também está a construção da personalidade personagem principal, o detetive Maia, alguém tendente ao drama e à luxúria, embora se ache racional e com elevada virtudes morais.  A investigação sobre os crimes também será uma forma de autodescobrimento da personalidade do detetive. Há também alguns motes paralelos, como o misticismo e as crendices latentes na cultura nordestina de uma forma geral. Retratando esse misticismo e essas crendices, está a construção da cidade onde passa boa parte da trama, a cidade de Ouricuri.

 

SMC - Soube que vem vindo um novo livro, podes nos contar um pouco sobre sua nova obra literária?

Pedro Irineu - Sim. Será um livro de Contos, Crônicas e Poesias, e abordará o relacionamento do Eu Lírico com as Mulheres. Um pequeno livro de casos amorosos fragmentados, ou fragmentos de casos, retratados ora de maneira carinhosa, contemplativa, até piegas, ora apresentado de maneira erótica, lasciva, depravada mesmo. Esses casos poderiam ter se tornado romances, tanto no sentindo vulgar do termo (uma relação mais profunda, mais significativa) quanto no sentido literário mesmo, de estórias que deixam pontas e motivações para possíveis romances.

 

SMC - Onde podemos comprar o seu livro?

Pedro Irineu - Na rede de livrarias Saraiva e Cultura. Em Recife, há exemplares nas lojas. Para outras cidades, é possível a encomenda. Também podem adquirir junto a mim, contatando-me por facebook ou pela fan page do livro. A depender do que for acertado, é possível até a aquisição autografada do exemplar.

 

SMC - Você não gosta de livros de “Autoajuda”, estes tipos de livros costumam ser bestsellers, o que leva você a ter esta aversão ao tema?

Pedro Irineu - A minha implicância já começa com o título de alguns deles... “10 maneiras de ser feliz...”; “Como conquista um homem em...”; “A arte de influenciar pessoas...”. Eles querem transmitir um determinado conhecimento de forma pronta e acabada, e alguns deles até com uma abordagem pseudocientífica, como se viver fosse algo a seu pautado por um simples manual. Para um leitor descuidado, desatento, eu considero isso alienante e ilusório, que pode até fazê-lo se sentir feliz e motivado naquele momento específico, em que ele está lendo o livro, mas que dificilmente será algo duradouro, porque viver é um exercício diário no qual é até sábio e aconselhável ter algumas regras práticas - típicas de um livro de autoajuda - mas depositar a esperança da solução dos seus problemas nessas regras, e acreditar que elas perfeitas e cem por cento eficazes, isso já é outra estória... Não é que a literatura não possa servir de “autoajuda”. Os melhores romances geralmente são aqueles que trazem lições valiosíssimas sobre a humanidade, mas eles geralmente vem com um enredo fascinante também, ao contrário da pobreza literária franciscana de certos tipos de livros de autoajuda.

 

SMC - Quais os seus principais hobbies?

Pedro Irineu - Gosto muito de música, conversar com os amigos, conhecer novas pessoas e novos lugares, jogar tênis e futebol e experimentar alguns esportes radicais que não envolvam altura... Mas não sou muito excêntrico não.

 

SMC - Quais os seus principais objetivos como escritor?

Pedro Irineu - Sou um rapaz um pouco ambicioso, e como nenhum brasileiro ainda logrou atingir esse feito, espero consegui-lo: Quero ganhar o Prêmio Nobel de Literatura e ser sucesso de público e crítica, mas eu não deixo que essas expectativas me tirem o prazer de digitar cada palavra de uma estória, tal qual eu fazia quando era criança, despretensiosamente, embora eu goste de planejamentos.

 

SMC - Quais as melhorias que você citaria para o mercado literário no Brasil?

 

Pedro Irineu - Parar de importar autores estrangeiros de qualidade duvidosa, e divulga-los como se eles fossem o supro sumo da literatura mundial, só por causa de uma nota do New York Times dizendo em letras garrafais “Excelente! Fenomenal!”. Mas por que excelente?! Por que fenomenal?! Eu honestamente não vejo nada demais em best-sellers como o Código da Vinci, Um Dia... Com todo os respeitos aos leitores desses livros, mas a literatura nacional ainda produz obras de igual ou superior qualidade, a ponto de estarmos nos rendendo a outros mercados...

 

SMC - Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista, agradecemos sua participação no projeto Divulga Escritor, muito bom conhecer melhor o Escritor Pedro Irineu, que mensagem você deixa para os nossos leitores?

Pedro Irineu - Espero ter despertado o interesse para aquisição e leitura do meu romance, assim como pela minha figura como escritor. Agradeço também a oportunidade concedida pela Projeto Divulga Escritor, e gostaria de lembrar que todo escritor, começou, permaneceu e terminou como um assíduo leitor.

 

 

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