PERCEPÇÃO
Às vezes eu me sinto como se não me encaixasse em lugar nenhum. Como um eterno peixe fora d’água. Ofegante pelo seu habitat natural e sem saber que lugar é esse. E nem sou mais adolescente. E talvez já tenha passado da idade. Procurando com quem me identificar. Atrás de referências.
Transito entre tribos. Participo de grupos diversos. Sem aquele sentimento de pertencimento. Como se passasse batido. Como se não fizesse diferença. Às vezes não me enxergo nos grupos e às vezes acho que não sou enxergada.
Às vezes me pergunto o que estou fazendo em determinado lugar. Às vezes eu só quero mudar de lugar. Encontrar o meu lugar. As minhas pessoas. A minha identidade.
E nessa eterna busca. Sigo caminhando por entre as pessoas. Desejando ser amada. Desejando saber quem eu sou de verdade e o que eu sou para as pessoas. Talvez seja só insegurança. Talvez seja carência. Ou coisas de geminiana.
Mesmo assim sou feliz. Percorro vários mundos. Conectando-me com várias tribos. Talvez seja o meu jeito. Talvez eu me encontre. Ou talvez eu não precise me encontrar. Talvez a graça seja a busca, a caminhada. O não saber o que se vai encontrar. A inquietude de viver. O acomodamento traz medo. E o mais importante é viver. Adaptar-se as surpresas da vida.