Perfeição
Eu que, tantas vezes, como Pessoa[1]
Sou apenas uma pessoa
Comum, indisposta, impaciente.
Presa as árvores como orquídeas parasitas
Esperando, cansada, as gotas da chuva.
Deitada nos tapetes persas olhando as etiquetas pagas.
Eu que, outras vezes, me canso de falar
Sem tempo para ouvir
Sem vontade de olhar
Eu, miserável, de Victor Hugo
Também sonhei um sonho
Quando estes, os sonhos
“Eram feitos, usados e desperdiçados
Não havia preços a serem pagos
Nem canção não cantada, nem vinho não provado[2]. ”
Eu, imperfeita que sou, quero apenas o direito
De plantar sementes, regar sonhos
Viver repleta de esperança
Sempre cercada com cercas feitas de amor.
Tudo, amanhã, será melhor
Pois hoje é tão bom!