Por Mirian Menezes de Oliveira
Que título, meu Deus! O leitor que se pautar na tríade, supostamente, poética, dessas palavras, poderá realizar antecipações acerca do conteúdo discorrido, ou idealizar as mais variadas suposições, a respeito das intenções do texto. Pois bem! O leitor tem essa liberdade... Há sempre um diálogo implícito, em tudo o que escrevemos. Que bom! Por isso mesmo, sinto-me responsável pela contextualização do título, para que haja um princípio de esclarecimento acerca dos objetivos iniciais.
Em primeiro lugar, destaco que essas linhas foram inspiradas na teia de ideias, construída entre, nós professores durante longo tempo de convivência e reflexão. Somente pessoas especiais poderiam inspirar uma crônica de não-despedida, de fechamento de ciclo apenas: uma crônica desajeitada, porém repleta de boas intenções.
Queridos colegas... Opa! A crônica se hibridizará? Teremos agora uma carta? Não, melhor, não! Voltemos ao gênero inicial...
Na última reunião com professores “contadores de histórias”, após finalização de um curso, sofri, intimamente, de um “surto filosófico”! Parece idiotice isso, não? Sem problemas, não me incomodo! Aliás, quem escreve não se importa muito com a crítica, pois valoriza o que vem do coração. Há sempre alguém que se identifique com o que se escreve. Voltando ao assunto, na última formação de 23 de agosto de 2012, refleti muito sobre o inesgotável mundo das ideias. Percebi, que, assim como os textos, as ideias se utilizam de antigos portadores: os complexos e complicados seres humanos.
Seres humanos são portadores de ideias... Só que ideias são como borboletas: não param quietas e possuem uma característica interessante de efemeridade e eternidade. Muitas que carregamos não são nossas, pois circulam o tempo todo no universo do discurso, outras são um “pouco” nossas, enfim, ideias vivem borboleteando com suas companheiras de cores diferentes. Borboletas pretas, brancas, amarelas, azuis, estampadas... todas convivendo em perfeita harmonia, sem disputa ou termo de posse.
Como são sábias as borboletas! Como precisamos aprender com elas!
Devido ao livre arbítrio, o homem possui a liberdade de aprisionar sua “ideia de estimação” em um casulo e não deixa-la escapar por nada nessa vida, mas isso é interessante?
Pensamos juntos: “Não podemos voar, no sentido lato da palavra, mas nossas ideias podem”... Não temos termo de posse sobre elas. No máximo, direitos autorais, que também não garantem a prisão perpétua do que pensamos.
Se estamos no mundo, como as borboletas, precisamos abrir as asas da mente, para que esses seres azuis, amarelos, pretos, estampados voem, livremente, sem o escudo do orgulho. O orgulho que cega... Se desejamos crescer, pensemos no sentido semântico de “humildade”.
“Humildade” é “húmus” para nossa evolução. Libertemo-nos dos casulos. Esse é o princípio da sabedoria, qualidade maior do que o próprio conhecimento.