Pietro Costa - Entrevistado

Pietro Costa - Entrevistado

Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

 

Pietro Costa, Assessor Jurídico de 2ª Instância - MPU. Pós-Graduação “Lato Sensu” em Globalização, Justiça e Segurança Humana, realizada pela ESMPU em parceria com o Ruhr-Universitat de Bochum/Alemanha. Escritor. Poeta. Agente e Produtor Cultural. Presidente da Academia Cruzeirense de Letras. Membro de diversas Academias Literárias e Entidades Culturais no Brasil e no exterior. Embaixador da Paz da OMDDH. Autor de 5 obras literárias (Entre a caneta e o papel: um convite à transcendência, Chiado Books, 2018; A Rosa dos Ventos, Art Letras, 2019; Juras de Poesia Eterna, Art Letras, 2020; Urbanos, Editora Art Letras, 2020; Lua a Pino, Edições e Publicações, 2021). Coautor de mais de 100 coletâneas. Coorganizador das Coletâneas Então é Natal (Versejar, 2020) e A Dor que deveras sente - tributo a Fernando Pessoa (Versejar, 2021). Colunista do Jornal ROL desde 16.11.2020. Detentor de várias honrarias, prêmios e títulos. Em seus textos, de escopo bem heterogêneo, procura dialogar com as várias vertentes do saber, sobretudo a filosofia, a psicologia e a literatura. Há ênfase no transcendente, nas relações afetivas e nos paradoxos da era contemporânea de maximalismo digital e coisificação da vida.

 

“Literatos salvam os nossos dias dos vendavais, mortes lentas e melancolias, educando o imaginário da humanidade mediante referenciais como cidadania, respeito, empatia, solidariedade, valorização da criticidade e cultivo da vida intelectual, de modo a restituir aos corações a tenacidade, a leveza, o sonho e a esperança.”

 

Boa leitura”

 

Escritor Pietro Costa, é um prazer contarmos com a sua participação na Divulga Escritor: Revista Literária da Lusofonia. Conte-nos, como se deu o início e desenvolvimento da escrita em sua carreira literária?

Pietro Costa - Os meus primeiros textos foram, em sua maior parte, poemas com uma perspectiva bastante introspectiva e voltada ao amor de vertente platônica, sem nuances de crítica social ou elucubrações filosóficas, surgindo por volta dos doze anos de idade. A paixão fervorosa pela escrita, a rigor, irrompeu mesmo nos primeiros semestres da faculdade, ao estudar disciplinas jurídicas do eixo propedêutico, ou seja, que têm a ver com a formação preliminar e de cunho humanístico, como Teoria Geral do Direito, Teoria Crítica do Direito, Filosofia, Hermenêutica, as quais, por sua vocação interdisciplinar, atiçaram minha curiosidade por outros domínios de saber, como a psicologia, linguística, sociologia e a própria literatura.

 

O que mais o atrai nos textos poéticos?

Pietro Costa - As sutilezas e ambivalências que libertam sensibilidades, a loucura que nos salva dos hospícios, a recusa ao óbvio e supérfluo, a escuta (cri)ativa e curativa, o escrutínio de si mesmo e da vastidão de sentimentos, vivências e idiossincrasias que povoam o mundo, o desnudar de nossas proezas, feridas e hipocrisias diante do espelho da consciência, as palavras como pás que lavram terras abundosas ao semear no solo fértil de corações sensíveis mensagens-libelos que nos preenchem de paz, gratidão, esperança, amor, fé, empatia, justiça, inclusão, resiliência e humanismo.

 

Apresente-nos o seu mais recente lançamento “Lua a Pino”

Pietro Costa - Lua a Pino reúne mais de cem poemas densos, introspectivos e reflexivos, que se destacam pela elegância dos ritmos, e pelas sucessivas e delicadas nuances, como se vê nestes excertos ("Lua a pino a revolver este ser, lupino/Insone prodígio nos namoricos da noite/Vivo e embevecido pelo furor do instinto"), acompanhados de significativas ilustrações, que enaltecem Brasília, bem como as belezas da natureza, do feminino, da paixão e do amor, além de expressar a irresignação do poeta com as engrenagens perversas que muitas vezes movem o mundo (“O sangue que corre nas veias humanas/É dor que escorre nas ruas suburbanas/Alguns sorrisos parecem fora de lugar/A alegria parece escolher onde habitar”).

 

Presentei nossos leitores com um dos textos publicados na obra

 

TIM-TIM

 

No seu semblante, o poente em fogo

Abrasando o coração de bons sonhos

O dia se vai, desfaz todo mau agouro

Palavras dão liga: encontro romântico

 

Meus sentidos dançando ao derredor

Ouço a cantilena insistente do vento

De cada nota, é exalado o pormenor

O júbilo eloquente do pertencimento

 

Envolvo-me na brisa doce, perfumada

Seus olhos soam como pirilampos raros

Animados nessa noite densa e estrelada

 

E as luzes da cidade parecem mais claras

Acendem poemas que estavam letárgicos

O brandir dos co(r)pos vira a madrugada

 

Sabemos que cada texto contém um pedacinho do autor, comente sobre o momento de criação deste texto.

Pietro Costa - O poema relata a experiência do primeiro encontro com a minha esposa, a qual conheci em uma rede social. Após um bom tempo de interação a distância, havia uma forte ânsia de nos encontrarmos pessoalmente. E foi algo verdadeiramente intenso, lindo, memorável, poético na melhor acepção.

 

Além de “Lua a Pino” você tem outros livros publicados, apresente-nos os títulos e uma pequena apresentação de cada obra.

 

- Entre a Caneta e o Papel, Chiado Books, 2018:

Reunião de escritos poéticos do autor, com suporte em diversos domínios do saber, que intercalam um estilo audacioso e leve, quando tenta universalizar o lugar da "poiesis", da capacidade imaginativa, que não deve ser adstrito a círculos intelectuais determinados ou grupos elitizados; tampouco a mentes brilhantes e especialmente conectadas com o divino.

 

- A Rosa dos Ventos, Art Letras, 2019:

A temática abordada é a relação entre amor e poder, às vezes convergente e harmoniosa, às vezes penosa e conflituosa. A rosa e a espada, na ambivalente imagem da capa, simbolizam a tênue ligação entre força e delicadeza, afeto e violência, suscitando temor e esperança, pois a rosa pode envolver o punhal ou ser dilacerada por ele. O poder sem amor é desnorteio, naufrágio; o poder que sabe amar é renovador e sopra caminhos para uma navegação saudável no oceano das relações humanas.

 

- Juras de Poesia Eterna, Art Letras, 2020:

Designa uma obra poética em que o amor, sob suas diversas facetas (apolíneo, dionisíaco, contemplativo, transcendental, carnal, hedonista etc), é proclamado e declarado sob as bênçãos da Musa.

 

- Urbanos, Art Letras, 2020:

Consiste em uma obra literária que compila poemas e ensaios, cuja tônica é abordar as mais variadas problemáticas sociopolíticas e culturais derivadas da condição gregária do ser humano.

 

Onde podemos comprar os seus livros?

Pietro Costa - Diretamente comigo, de preferência (61 99657-6847), para eu ter o prazer de redigir uma dedicatória personalizada e enviar brindes; ou na Kindle Amazon.

 

Quais os seus próximos projetos literários?

Pietro Costa - Em andamento, o Prêmio Literário Escreve-me, uma homenagem a Florbela Espanca, no contexto das celebrações pelo decênio da FEBACLA – certame aberto a autores e autoras lusófonos, com inscrições até 08/02/2022; a publicação de dois livros autorais no vigente ano, sendo um deles totalmente digital e o outro impresso em verso e prosa, com ilustrações impecáveis; levar a minha escrita para antologias, coletâneas, saraus e projetos de escritores e escritoras provenientes de outros países da América Latina; chegar a 200 participações em coletâneas/antologias; produzir novos conteúdos audiovisuais em parceria com Cláudia Lundgren e Damelis Castillo; entre outros objetivos.

 

Você é presidente da Academia Cruzeirense de Letras. Apresente-nos a Academia.

Pietro Costa - A Academia Cruzeirense de Letras – ACL, fundada em 06 de agosto de 2014, desde o início buscou contribuir para o desenvolvimento cultural, apresentando a arte em suas múltiplas linguagens, produzida na Região Administrativa do Cruzeiro, no DF e Entorno para todo o Distrito Federal. Nossa jovem e dinâmica Arcádia já teve participação assídua, enquanto anfitriã e convidada, de vários saraus em praças públicas, shoppings e até mercados, além de contribuir em diversas feiras literárias. Com o respaldo dos pares, fui eleito em agosto de 2018, e reconduzido em 2020, para mais um mandato de 2 anos.  Seguimos ativos na pandemia e em expansão, graças ao prestígio alcançado.

 

Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor o escritor Pietro Costa. Agradecemos sua participação na Divulga Escritor: Revista Literária da Lusofonia. Que mensagem você deixa para nossos leitores?

Pietro Costa - Literatos salvam os nossos dias dos vendavais, mortes lentas e melancolias, educando o imaginário da humanidade mediante referenciais como cidadania, respeito, empatia, solidariedade, valorização da criticidade e cultivo da vida intelectual, de modo a restituir aos corações a tenacidade, a leveza, o sonho e a esperança. A literatura, conforme ensinou Northrop Frye, é o escudo para nos proteger das ilusões tantas com que a sociedade nos ameaça, como discursos publicitários, políticos, de burocratas, o fenômeno da fake news e a histeria midiática. É pela imaginação que nos refugiamos da agressiva pobreza de espírito, disfarçada nas farsas cotidianas e no pensamento de turba.

 

Serviços (Contatos do autor)

https://www.instagram.com/pietrocosta_escritor

https://www.youtube.com/c/PietroCostaAcadCruzeirenseLetras

https://pietrolemoscosta.blogspot.com

https://www.facebook.com/pietro.costa.9480/

https://www.instagram.com/acadcruzeirensedeletras/

https://academiacruzeirense.blogspot.com/

 

 

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Quer ser entrevistado? Entre em contato com nosso editorial, apresentaremos proposta.

Contato: smccomunicacao@hotmail.com

 

 

Texto do autor:

 

PANDEMILAGRES

 

No burburinho e no vaivém da memória,

A nos melindrar, um mar de incertezas,

O mesmo barco e as mesmas fraquezas,

O que vem a seguir, naufrágio ou vitória?

 

Ancorados em fidedignas potencialidades,

Distintivos vivos da alma, briosos valores,

Chegaremos à margem de nossos clamores,

Desbravando insólitos oceanos e verdades.

 

Páginas tangem multifárias subjetividades

Para reprimir as excruciantes tempestades.

A litera cura silentes, inexprimíveis dores.

Telas efusivas de cores, sabores e amores.

 

Entes divinos operando grandes façanhas,

Nesta era pandêmica tão voraz, confinante,

A criatividade traz redentoras artimanhas,

É refúgio contra a sofreguidão fulminante.

 

Ao reprimir as excruciantes tempestades,

Fortemente munidos de impetuosidades,

Literatos e artistas salvam os nossos dias,

Dos vendavais, mortes lentas, melancolias.

 

Novos olhares, ampliados de perspectivas,

Lindas paragens para janelas prospectivas,

Pandemilagres a desenrolar-se, à exaustão

Pela força da palavra, da arte e do coração

 

 

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