PIPAS E FÉRIAS ESCOLARES
Sai da rua menino, não vê os carros passando? Já falei com você que não vai passar as férias escolares empinando pipas, é perigoso. Você viu na televisão, um motoqueiro teve o pescoço cortado com cerol, morreu sangrando. Arrume outra brincadeira menos perigosa – antigamente eu empinava pipas, brincava de rolimã, descia ladeira abaixo, era sensacional passar o dia jogando bola no campinho próximo de casa.
Hoje, o campinho virou estacionamento, as ruas possuem semáforos e os fios das redes elétricas parecem ninho de passarinho.
Outro dia o seu colega caiu da laje, foi um milagre não ter morrido, aposto que ele não vai esquecer tão cedo a sensação da perna fraturada.
Estava aprontando e a sua mãe pediu para você sumir? Adora passar o dia na rua?
Arranje outra brincadeira filho, existem locais próprios para empinar pipas, sabia? Nunca levei você até o local porque não tenho tempo e a sua mãe chega impaciente do trabalho. Aliás, a impaciência dela atingiu o auge quando soube que você pulou a cerca do vizinho em busca daquela pipa, onde já se viu, invadir o quintal dos outros? A vizinha ameaçou chamar a polícia!
Nós somos responsáveis por você filho, não tem liberdade para fazer tudo. Surrar você eu não vou, não acho correto – mas quero que prometa que não vai mais empinar pipa na rua.
Não vai prometer? Está emburrado?
Quer saber de uma coisa? Gostaria que não houvesse férias escolares, assim você deixaria de me atormentar com esse hábito de brincar na rua!
Aceite os meus conselhos filho, ocupe o seu tempo de maneira segura, logo as aulas recomeçam...
Página de nossa colunista Maria Estela Ximenes
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