Por Shirley M. Cavalcante (SMC)
Escritor Plínio Camillo, autor do livro “O Namorado do Papai Ronca” dá entrevista exclusiva para o projeto Divulga Escritor. Ao ser solicitado a nos encaminhar uma pequena biografia o Plínio nos apresenta:
“Aos três anos descobri que as letras tinham significados. Aos cinco, a interrogação. Aos nove, não era sintético. Aos doze, quis ser metonímia. Aos quinze, conquistei a exclamação. Aos dezessete, vi os morfemas. Aos dezoito, fui liberado do tiro de guerra, virei perífrase. Aos vinte, estava no palco. Aos vinte e dois, me vi como um advérbio. Aos vinte e cinco, desenredei a Linguística. Aos vinte e sete, redescobri o eufemismo. Aos trinta, a onomatopeia. Aos trinta e dois, melhorei a minha caligrafia. Aos trinta e cinco, recebi o maior presente: aquela que me trouxe a felicidade. Aos trinta e seis, não morri, como ameaçava o anacoluto. Aos quarenta, desvendei uma ligeira maturidade e ironia.Aos quarenta e cinco, recebi o prazer de viver no adjunto adverbial de companhia. Aos quarenta e sete abreviei o meu discurso. Com um pouco mais de cinqüenta anos, uso óculos para atender telefone. Hoje tomo remédio para pressão e me divirto cometendo diversos garranchos.”
SMC - Escritor Plínio Camillo, para nós é um prazer ter você conosco no projeto Divulga Escritor, conte-nos, em que momento decidiu escrever seu primeiro livro? Qual a sensação de ter seu primeiro livro em mãos?
Plínio Camillo - Emocionante. Este é o meu primeiro livro solo. Escrever foi uma aventura, publicar, um prêmio e saber que algumas pessoas estão lendo e até gostando é muito bom!!
SMC - Plínio, seu livro que é um romance juvenil “O Namorado do Papai Ronca” foi escrito em quanto tempo? De que forma você aborda a Internet, as Redes Sociais em seu livro?
Plínio Camillo - O primeiro tratamento foi feito em três meses. O segundo levou outros seis para promover os ajustes/cortes. Levei mais uns dois meses para afiná-lo, promover a sintonia fina.
Usar a internet e as redes sociais foi um modo de mostrar os personagens sem descrevê-los. Além disso, são ferramentas que fazem parte do nosso cotidiano.
SMC - Como foi a escolha do Titulo? O namorado do Papai realmente Ronca?
Plínio Camillo - Procurava um título ─ a princípio era para ser um roteiro de filme ─ que pudesse definir o personagem principal e o seu ponto de vista. “O namorado do papai ronca” foi um achado! Ele retratava perfeitamente o personagem principal: um pré-adolescente ou criança que está incomodado com o ronco ─ há incômodo maior do que o ronco? ─ do companheiro do pai. Ele sabe que o casal dorme junto, sabe a situação sexual do pai e convive bem com isto. Mas, como é um adolescente normal, não deixa de ter uma pequena ponta de ciúmes ─ a velha implicância ─ com o parceiro do pai. Definido o protagonista, os personagens de apoio e o tipo de narrador ─ primeira pessoa do presente do indicativo ─, busquei limitar um espaço geográfico, por isso escolhi uma cidade pequena do interior de São Paulo. Depois defini o espaço de tempo em que a história se desenrolaria─ seis meses enquanto a mãe faz um curso no exterior. ─ Escolhi que cada capítulo abrangeria quinze dias e neles seriam tratados: a relação Dante e a escola, Dante e a mãe ─ conversando pelo Skype ─ e Dante e o pai. Escrevi um resumo, e a planta baixa de cada capítulo com cada assunto que seria tratado. Respirei e fui escrever. Sabia por onde ia, o quanto me distanciava do caminho e, assim, ia também descobrindo novos caminhos. Depois do primeiro texto, reescrevi tudo. Limpando e tirando as gorduras.
SMC - Quais seus próximos projetos literários? Você pretende publicar um novo livro?
Plínio Camillo - Sim eis alguns
“A biografia não autorizada de minha Mãe” - um romance de reminiscências
"Santas, flores e minha tia" – Contos sobre mulheres.
"Heróis, frutos e meu irmão" – contos sobre o universo do futebol.
SMC - O que mais lhe inspira a escrever?
Plínio Camillo - Encontro a inspiração/transpiração no meu cotidiano, do que eu leio, das formas que vejo o mundo, no que escuto.
Há um conto meu, “Tal pai. Tal filha” (https://coletivoclaraboia.wordpress.com/2012/05/28/tal-pai-tal-filha/ ), cujo gerador foi uma frase que, certamente, ouvi mal na rua: “Um dia o meu filho vai fazer com a sua filha o mesmo que você está fazendo comigo”. Esta frase não saiu de minha cabeça até que produzi algo. Escrever para mim não é um ato mediúnico e sim de muita transpiração.
SMC - Qual o público que você pretende atingir com o seu trabalho? Que mensagem você quer transmitir para as pessoas?
Plínio Camillo - “O Namorado do Papai Ronca” é para criança e adolescentes. O livro é fruto de ensaios, testes e de uma vontade de discutir uma relação homoerótica sob o ponto de vista de uma criança (ou até pré-adolescente) com algumas dificuldades que ele possa ter.
SMC - De que forma você, hoje, divulga o seu trabalho?
Plínio Camillo - Principalmente através de blogs parceiros e de muitas gentilezas de amigos parceiros (https://Plíniocamillo.wordpress.com/2013/06/03/o-namorado-do-papai-ronca-dizem-por-ai-2/ )
SMC - Onde podemos comprar o seu livro?
Plínio Camillo -
Iba - www.iba.com.br/detalhes/livro/489496/o-namorado-do-papai-ronca
Livraria Cultura: www.livrariacultura.com.br
Palavraria – Livros & Café: https://palavraria.wordpress.com/
Digital na Amazon.com.br -https://www.amazon.com.br/s/ref=nb_sb_noss?url=search-alias%3Ddigital-text&field-keywords=o+namorado+do+papai+ronca
Email de contato: pcamillo60@uol.com.br
SMC - Que dificuldades você encontra para a publicação de livros?
Plínio Camillo - Publicar um livro ou eletrônico está fácil. Pode ocorrer até sem editora. O difícil é divulgá-lo, torná-lo acessível ao público.
SMC - Quais as melhorias que você citaria para o mercado literário no Brasil?
Plínio Camillo - O Livro Digital e livrarias on line
SMC - Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista, agradecemos sua participação no projeto Divulga Escritor, muito bom conhecer melhor o Escritor Plínio Camillo, que mensagem você deixa para nossos leitores?
Plínio Camillo - Utilizarei uma frase de Salman Rushdie: “O medo mutila a escrita”. Muito obrigado.
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