POR QUE É DIFICIL DIZER ADEUS?
Desde criança fui protegida ou poupada pelos meus pais a despedidas. Não falo daquelas que o reencontro é possível. Falo daquelas que o nunca mais fica marcado na pele. É difícil saber que essas despedidas, à medida que amadurecemos ou fazemos aniversários são inevitáveis e com o tempo elas se tornam até mais frequente.
É difícil lidar com o nunca mais. O para sempre só era bom nos contos infantis. Quando a princesa e o príncipe viveriam felizes para sempre. Mas, infelizmente, na vida real o para sempre não existe. Nada é eterno. Tudo nessa vida tem um começo, meio e fim. Inclusive nós.
Às vezes vivemos levianamente como se nunca fôssemos morrer. Adiamos projetos. Decisões importantes. Uma visita a um amigo ou a um parente querido. Muitas vezes deixamos para amanhã esquecendo que o amanhã nem sempre chega.
Esquecemos de viver o hoje, o agora, o presente. “Carpem Diem” como essa expressão faz sentido agora. Como tudo é tão rápido e passageiro. A vida é frágil, efêmera. E mesmo assim agimos como se fosse eterna.
A morte nunca foi um assunto fácil e nunca será. Uma enxurrada de sentimentos vem à tona. Dor, desespero, medo, saudades. O mais difícil de saber que sentiremos saudades daqueles que nos deixam é o fato de que haverá despedidas mais difíceis e mais dolorosas.
Não sei o que existe depois. Tenho minhas crenças. Apesar de acreditar que a vida continua mesmo depois que deixamos esse corpo, eu não sei como será. O desconhecido assusta, enche o coração de ansiedade.
Hoje, o que sei, é da dor de quem fica. É a saudade que invade o peito. É o esperar que os dias passem e o tempo seja capaz de abrandar a dor. Ensine a conviver com a ausência. Que o tempo nos ensine a lidar com as perdas inevitáveis da vida e nos ensine a dizer adeus. Ou, para os que acreditam, que um dia a gente se encontre e mate a saudade que começa a preencher o peito.