Pra mim já está bom
Morreu dona Francisquinha, que era carola e engraçadinha,
Morreu seu Joaquim Faria, trinta anos na sapataria.
Morreu seu Zé do Carreto, que tinha um cavalo preto
Eu continuo aqui, depois de tudo que já vi.
Morreu Sebastião de Bessa, que sempre andou com pressa
Morreu Maria da Luz, que carregou pesada cruz
Morreu seu Maçaranduba, na banda tocava tuba
Estou aqui nesta vida a esperar pela partida
Não tenho nenhuma graça, não há nada que me faça
Conseguir entender a massa e aceitar o que se passa
Não quero viver onde estou, o mundo se revirou
Se outra vida há no além, quero estar nela também
Nunca mais vir para o aquém, pois sei que jeito não tem
Esperar a hora eu vou e, certo disto, eu estou.