Reflexão do Dia - por Uiara Melo

Reflexão do Dia

 

Olá leitores tudo bem?

Nesses últimos anos de atividade no segmento literário, nunca vi tantos “confusos” e “por quês” sem respostas. São muitos querendo a fórmula perfeita, a dica certa. São tantos loucos que, eu também dentro, desse devaneio, me senti envolvida pela loucura alheia – coletiva. São tantos grupos disso e daquilo, são tantos donos da bendita verdade, que não existe de fato.

Nossa, que loucura! Eu confesso que até dei umas “piradas” quando algo dava errado na finalização das minhas “fórmulas perfeitas”, mas daí eu pisei no freio literalmente e – Opa, as coisas não são bem assim, não. Às vezes penso aqui comigo: - O que o Machado de Assis, a Clarice, o Nelson, fariam nos tempos de hoje? Será que eles estariam no Wattpad, no Facebook, ou publicariam suas obras no Amazon? Se deixariam ser reféns de leitores ingratos só para ter seguidores? Será?

Infelizmente eu não saberei as respostas das perguntas acima.

O que é literatura de verdade? O que ela quer de nós?

A literatura é clássica, requintada, burguesa que frequenta o Jardim Botânico, ou ela é vulga, marginalizada, frequentadora de botecos e lata de lixo?

O escritor deseja o seu texto para a eternidade ou seu texto como um remédio instantâneo e desconfortável?

Pessoal, são tantos os questionamentos, que, às vezes, deixo de produzir para ficar pensando no “por quê” de não ter vendas exuberantes. Qual é o meu público (nicho de mercado)? Por quê escrevo? Para quem escrevo? E o que quero com os meus textos?

Vejam bem, este texto mesmo, não faço a mínima ideia de qual mensagem irá passar, porque eu estou em uma semana turbulenta, com mil coisas na cabeça. Mas estou aqui escrevendo para vocês pelo o compromisso que eu firmei, mesmo não estando com a criatividade aflorada. Mas faz tempo que eu queria falar sobre isso com vocês. Não dá para romancear uma realidade que só é “tiro, porrada e bomba”. Não se engane com um lindo sorriso em uma imagem de perfil das redes sociais... a vida de escritor mesmo, não é fácil. É “matar” um leão por dia.

Temos que ter discernimento, coerência, sensibilidade, estudos e certeza do que estamos fazendo. Temos duas armas potentes em mãos, o papel, e a caneta. Em um país em que a maior parte da população era considerada analfabeta, hoje muitos estão produzindo os seus textos, alguns bons e bem escritos, outros nem tanto, livres da preocupação estética e ortográfica. Ao menos, essa ascensão da literatura no país faz com que muitos consigam passar de uma redação escolar limitada a 30 linhas para um texto de várias páginas e com mais de 1.000 caracteres.

Então, antes de qualquer coisa, respire fundo, se tranquilize e cuide do que é seu. Não se preocupe com o que é do outro. Faça o que é o certo para você dentro da sua subjetividade, com cautela e respeito. Se você escreve por escrever, ao menos se preocupe com a estética, e a ortografia. Porém, se você escreve como profissão, parabéns! Você é teimoso, impetuoso e incansável.

Antes de vender, escreva muito, avalie muito o seu texto, estude muito, verifique as suas estratégias. Faça a sua imagem como um profissional sensato, digno de reconhecimento. Policie o seu comportamento nas redes sociais.

Não existe escritor bom ou ruim. Existe aquele que lê muito e escreve bem. A leitura é a sua chave para o sucesso.

 

Até a próxima.

 

Uiara Melo

Macaé, 10 de maio de 2016.

 

 

 

 

 

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