RESPONSIVIDADE E O SER FAZER DOCENTE
O que e quem embasa nosso discurso...BAKHTIN e FREIRE levam-nos a perceber que a tarefa do docente não pode se realizar no território exclusivo de um único sujeito, como se fosse esse um senhor de plenos e absolutos saberes, mas na presença de muitos outros, iguais e diferentes de nós, e, portanto, portadores dos mesmos direitos. Estes autores, enfatizam a força política das palavras e do ser-estar no mundo, ao mesmo tempo, apontam-nos um fazer Educação, em que o ético, o estético e o afetivo tem lugar.
Algumas reflexões iniciais: que tipo de experiências estamos vivendo e oportunizando? Uma Educação que coisifica ou humaniza os sujeitos? Somos homens e mulheres de ações ou de atos? Temos responsividade diante da Educação?
Por acreditarmos que, somos um eu com o outro! Somos, ao mesmo tempo, cegos e não cegos: não vemos tudo, mas vemos alguma coisa. É por causa desta quase cegueira ou desta quase visão que precisamos da voz e do olhar dos outros, pois é com eles que, quem sabe, podemos traçar o caminho que ainda não vemos do todo.
Buscando, então (re)pensar a docência na contemporaneidade, por meio da interação verbal e do processo de conhecimento da realidade, a proposta é transformar, comunicar e adquirir conhecimentos socialmente. Diante do exposto, trazemos a tona a responsividade, gesto ético, no qual o sujeito se revela.
Enquanto o ato é realizado de maneira intencional e tem uma conotação ética, defendendo duas teses:
1) a ideia de que cada sujeito deve responder pelos seus atos, pois não há “álibi” na vida;
2) a concepção de que a entoação avaliativa de uma dada posição no mundo humano, é a marca específica do agir dos seres humanos.
O Dever é uma premissa – ação é o comportamento que pode ser isento de intenção, ou seja é algo mecânico. Ato é resposta, implicação. Enquanto isso, a ação não segue essa ideia. Uma ação pode ser técnica, quando serve para resolver questões práticas da sobrevivência ou tática, quando é armadilha e meio de combate para vencer o outro.
O ato mobiliza o pensamento, encontra-se repleto de necessitância, de dever de pensar, de não poder não pensar do lugar que se encontra. Necessitância (em russo Nuditel’nost’) – termo usado para expressar que um pensamento-ato é necessário não por uma necessidade lógica, mas ética, uma convicção interior e não um constrangimento forçado, por isso não aplicamos o termo necessidade.