Por Shirley M. Cavalcante (SMC)
Ricardo de Lohem Dania Pedroza nasceu em São Paulo, capital, em 18 de fevereiro de 1971. É biólogo, formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, e escritor, dedicado sobretudo à ficção especulativa. Desde cedo Ricardo teve grande interesse em Ciência, principalmente a Biologia, e em Arte, a Literária mais que todas. Em 2014, lançou seu primeiro romance: «Kaunan, o Homem Lagarto», uma história que escapa das convenções do gênero pela ausência de um maniqueísmo exacerbado típico desse tipo de narrativa, além de um final muito diferente do habitual. Atualmente, entre muitos outros projetos, Ricardo se dedica a escrever contos, que ele chama de «Universos em Gotas».
“Em português quase não há material sobre lendas vikings, e resolvi traduzir algumas dessas histórias, várias delas desconhecidas aqui, para que o leitor brasileiro tivesse acesso a esse assunto tão envolvente.”
Boa Leitura!
Escritor Ricardo de Lohem, é um prazer contarmos com a sua participação na Revista Divulga Escritor. Conte-nos o que mais o encanta na escrita literária.
Ricardo de Lohem - A literatura é uma das maiores atividades criativas de que um ser humano é capaz. Acho que escrever, compor música, programar computadores, desenhar, esculpir e pintar são as mais criativas atividades humanas que existem. Vejam que as três primeiras são executadas através da escrita. Quando escrevemos, nos tornamos como pequenos deuses criadores de mundos; é esse poder fantástico que me fascina.
Em que momento surgiu inspiração para o seu romance «Kaunan, O Homem Lagarto»?
Ricardo de Lohem - Essa é uma história interessante. Eu estava atrás de um enredo capaz de prender minha atenção e esforço tempo o suficiente para que eu pudesse escrever um romance longo, em vez dos contos e noveletas habituais. Depois de tentar várias coisas, finalmente uma noite sonhei com a história. Foi um esboço, mas foi o suficiente para começar. Gostaria de dizer que isso foi raro, e os escritores não devem contar com sonhos para terem suas ideias; o mundo é cheio de acontecimentos que podem servir de fonte para histórias fascinantes, basta estar com ouvidos e olhos abertos.
Quais os principais desafios para a escrita desta obra?
Ricardo de Lohem - Primeiro, eu diria não se dispersar, não perder muito tempo; essas coisas podem levar à perda de interesse e energia, podendo levar ao fracasso em concluir a obra. Eu impus uma regra: escrever no mínimo mil palavras por dia. Seguindo essa norma, consegui chegar ao final sem muitos problemas. Outra coisa muito importante foi saber o final da história desde o início; o final já pronto é como um farol que guia a escrita até o fim. Esses dois conselhos acho que são mesmo os mais importantes para se concluir uma obra: estabelecer uma meta a ser cumprida diariamente e saber o final antes de tudo.
Como leitor, o que destaca em «Kaunan, O Homem Lagarto»?
Ricardo de Lohem - «Kaunan, O Homem Lagarto» é um romance de herói, um tipo de história cuja tradição recua até o primeiro livro da humanidade, a Epopeia de Gilgamesh, chegando até às HQs atuais e suas adaptações cinematográficas. Neste livro, o leitor vai encontrar as características típicas de uma Jornada do Herói clássica, sem deixar de lado inovações narrativas que podem ser gratas surpresas para o leitor já cansado com a mesmice de sempre. Leiam, que vocês vão gostar!
Fale-nos sobre o seu livro «Lendas dos Deuses das Runas»…
Ricardo de Lohem - A ideia para esse livro surgiu quando percebi que quase não existe em português material sobre as lendas e mitologia escandinavas. Resolvi então adaptar para o português diversas lendas vikings e lançá-las em um livro que acho ser de interesse tanto dos que apreciam a cultura nórdica quanto dos que gostam de ler lendas e contos.
Temos várias lendas, em diferentes países; por quê optou escrever sobre as lendas escandinavas?
Ricardo de Lohem - Sou descendente de dinamarqueses, e nossa família é muito ligada à cultura nórdica. Em português quase não há material sobre lendas vikings, e resolvi traduzir algumas dessas histórias, várias delas desconhecidas aqui, para que o leitor brasileiro tivesse acesso a esse assunto tão envolvente.
O que são as runas?
As runas são uma série de letras usadas nos alfabetos rúnicos – uma série de alfabetos intimamente relacionados e utilizados na escrita pelos povos nórdicos. Os símbolos rúnicos são caracteres, ou seja, letras, e formam o que hoje conhecemos como alfabeto rúnico, chamado de “Futhark” – o qual, em sua versão mais antiga, possui 24 caracteres. A palavra “Futhark” é formada pelas seis primeiras runas: F, U, TH, A, R, K – “F” para Fehu, “U” para Uruz, “TH” para Thurisaz, “A” para Ansuz, “R” para Raido e “K” para Kenaz, um processo semelhante ao que originou a palavra “Alfabeto”, formada a partir das letras gregas Alfa e Beta. A Runologia é um ramo da linguística germânica.
Recentemente, lançou dois livros sobre as runas, co-escritos com a escritora Maria Alice. Pode comentar um pouco sobre eles?
Os livros aos quais você se refere são «Runas, O Caminho de Odin» e «Runas, O Voo dos Corvos». Eles foram elaborados por mim e por minha irmã, Maria Alice Dania Pedroza, e juntamente com meu livro, «Lendas dos Deuses das Runas», fazem parte do conteúdo programático do Curso de Runas, do qual eu e ela somos professores. São livros que tratam extensa e profundamente sobre esse tema. O curso foi muito elogiado como o melhor curso de Runas do Brasil, quem estiver interessado pode entrar em contato conosco e solicitar mais informações. «O Caminho de Odin» descreve as Três Grandes Famílias das Runas e ensina o leitor a fazer suas próprias runas. «Runas, O Voo dos Corvos» conduz o leitor aos ambientes onde viviam os primitivos leitores de runas, dá o significado da cada runa.
Onde podemos comprar os seus livros?
Adquira meus livros no Agbook: https://agbook.com.br/
Todos os meses a revista virtual “Conexão Literatura” publica um conto meu. Leiam, é de graça: https://www.fabricadeebooks.com.br/conexao_literatura.html
Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor o escritor Ricardo de Lohem. Agradecemos a sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para os nossos leitores?
Ricardo de Lohem - Uma das coisas mais importantes na vida é criar. Se você tiver tempo o bastante para fazer algo não relacionado com a sobrevivência, use esse tempo para criar alguma coisa: escreva, desenhe, pinte, esculpa, componha; há muitas maneiras de se criar. Faça alguma coisa que você possa olhar e dizer: “Eu fiz isso!”. Esse é um dos maiores prazeres que existem: o puro prazer de criar. Isso é o que eu tenho a dizer por enquanto, obrigado.
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